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O Preço Justo e as Carteiras de Ações

por Ricardo Pereira
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Dinheirama - Estrada para o futuro!Chegamos à terceira parte do conjunto de artigos que pretende proporcionar ao leitor do Dinheirama conhecimentos mínimos para “entrar” no mercado de ações[bb]. Antes de mais nada, vale lembrar que as aventuras sem critérios nesse tipo de investimento podem oferecer grandes prejuízos. Se, mesmo depois de ler os artigos, algumas dúvidas persistirem (isso vai acontecer), corra atrás.

Lembre-se das ferramentas disponíveis na internet para buscar mais conhecimentos, procure doar-se mais às leituras técnicas, cursos, participação em fóruns específicos. Ao procurar uma corretora, crie a cultura de conversar com o seu gestor. Essa interação lhe proporcionará conhecimentos importantes, facilitando a utilização do home broker e a criação de sua própria carteira.

Hoje, como combinado, vamos abordar a formação de preço das ações e algumas carteiras sugeridas no mercado pelas corretoras e especialistas.

Como é formado o preço de uma ação?
De uma forma simplificada, os preços dos ativos são tidos como um reflexo das expectativas dos participantes do mercado. A alta ou baixa de um determinado preço tem como base o comportamento da empresa e o que os investidores esperam dela, seja no curto ou longo prazo. No site da Bovespa encontramos uma explicação mais detalhada e convincente:

“O preço da ação é formado pelos investidores do mercado que, dando ordens de compra ou venda de ações às Corretoras das quais são clientes, estabelecem o fluxo de oferta e procura de cada papel, fazendo com que se estabeleça o preço justo da ação

A maior ou menor oferta/procura por determinada ação, que influencia o processo de valorização ou desvalorização de uma ação, está relacionada ao comportamento histórico dos preços e principalmente às perspectivas futuras de desempenho da empresa emissora da ação.

Tais perspectivas podem ser influenciadas por notícias sobre o mercado no qual a empresa atua, divulgação do balanço da empresa (com dados favoráveis ou desfavoráveis), notícias sobre fusão de companhias, mudanças tecnológicas e muitas outras que possam afetar o desempenho da empresa emissora da ação”

Preço Justo
O preço justo não é uma estimativa do preço máximo, mas, nas palavras de Benjamim Graham, o “preço central” – o preço em volta do qual o preço de mercado oscila ao longo dos anos. O preço cotado em Bolsa tanto pode ficar acima do preço justo, apresentando um prêmio, quanto abaixo, configurando um desconto. Os dois preços podem até coincidir, caracterizando um belo, mas efêmero, encontro entre a teoria e a prática.

É natural não vender uma ação quando a mesma atinge seu preço justo, já que o preço de mercado pode passar deste ponto. Tome o preço justo como uma referência: ao exceder esse preço, a “gravidade” começa a operar em direção contrária. É hora de ficar mais esperto.

Características do preço justo
Como é uma estimativa, estabelecida a partir de uma avaliação em boa parte subjetiva, ele não ocupa uma posição certa, mas uma faixa móvel de possíveis valores. Na medida em que novas informações são processadas por analistas, essa faixa se desloca no tempo.

Como exemplo, imagine uma empresa de crescimento sustentado de lucro. Enquanto o período de alto crescimento for se prolongando, a tendência da faixa também será a de caminhar para cima.

Temos assim uma segunda razão para não vender uma ação de uma empresa de qualidade quando ela atinge seu preço justo: há boa possibilidade de que seu preço justo aumente ao longo do tempo – sempre acompanhado pelas oscilações do preço de mercado.

A visão de longo prazo
Essas mudanças na faixa do preço justo refletem os dados financeiros, de mercado e expectativas dos participantes do mercado, podendo variar e crescer ao longo do tempo. Como sempre dissemos, é importante que se escolham boas empresas para investir e não apenas bons momentos. Empresas sérias, cujo crescimento sustentado pode ser visivelmente observado, tendem a se valorizar e a oferecer melhores retornos aos seus acionistas, especialmente no longo prazo.

Carteiras de Ações
Agora que já esta mais claro como funcionam as análises que apontam o melhor caminho entrar com o pé direito no mercado de ações, vamos abordar alguns setores e papéis que podem trazer bons resultados ao longo do ano e, principalmente, no longo prazo.

Quem leu a edição de fevereiro da Revista EXAME descobriu que Mark Mobius, diretor da Franklin Templeton, é o maior investidor estrangeiro registrado na Bovespa. Segundo a reportagem, além de 10 bilhões de dólares aplicados por aqui, o investidor já fala em dobrar a aposta.

Você deve estar pensando: se mesmo com um principio de crise, um investidor desse porte resolve manter e aumentar suas aplicações no país, é porque realmente os sinais de nossa economia são promissores. Seguindo esse raciocínio, que tal conhecermos sua carteira?

  • PETROBRAS (PTR4) – 13%
  • VALE (VALE5) – 8%
  • ITAÚ S/A (ITSA4) – 6%
  • AES TIETÊ ( GETI4) – 3%
  • BRADESPAR (BRAP4) – 3%
  • GERDAU METALÚRGICA ( GOAU4) – 3%
  • UNIBANCO (UBBR11) – 3%
  • OUTROS – 21%

O percentual acima representa 60% do patrimônio do fundo Templeton Latin America, administrado por Mobius. Os dados são de dezembro de 2007. Note que trata-se de uma carteira interessante e bastante diversificada, o que acaba funcionando como “vacina” contra possíveis crises localizadas em setores específicos.

A mesma Exame também chama a atenção para algumas empresas, observadas pelo ângulo do negócio (Análise Fundamentalista) por 21 analistas do mercado financeiro, com bom potencial de crescimento:

Carteira sugerida - Exame Fevereiro 2008

A maioria das corretoras oferecem suas análises e sugerem carteiras baseadas no perfil do investidor[bb]. Neste artigo usamos alguns exemplos e sugestões do mercado especializado. Nada o impede de manter certas preferências, desde que você não crie raízes desnecessárias e perigosas.

Recomendamos, mais uma vez, que você não invista por impulso ou simpatia. Procure ter suas próprias opiniões, não aceite nada que não tenha fundamento. Claro, potencial de crescimento não significa crescimento certo. Assim, por mais que haja um cenário positivo em torno de um papel, lembre-se que, a partir do momento de sua ordem de compra, a responsabilidade pelo resultado é toda sua.

Os sites abaixo foram utilizados para embasar este artigo:

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Ricardo Pereira é Analista Financeiro Sênior da ABET Corretora de Seguros, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para Marcio Eugenio.

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