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Alta do PIB, a Selic e o crescimento do Brasil

por Ricardo Pereira
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Finanças Pessoais do dia-a-diaEsta semana vivemos, sob o aspecto econômico, momentos muito interessantes no Brasil. Hoje, em um suplemento especial de 20 páginas, o jornal britânico The Guardian traça um panorama, um raio-x, do país “mais conhecido pelo futebol, samba e sensualidade”.

Dando ao Brasil o título de “terra de contrastes”, o jornal analisou nossa economia, agricultura, energia, saúde e cultura, não esquecendo de expor um perfil do presidente Lula e da cidade de São Paulo, carinhosamente apelidada de “a cidade do futuro”.

Os especialistas do jornal apostam no bom desempenho macroeconômico do país, lembrando que o fluxo de investimentos[bb] atingiu níveis recordes e dando destaque para a exportação, que vai desde soja até biocombustíveis e bens duráveis. O estudo destacou também o aumento da renda de ricos e pobres para justificar o crescimento interno.

O crescimento foi pra valer!
A reportagem coincide com dois eventos importantes, consumados nessa semana: a divulgação do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de 2007 e a tão aguardada ata da última reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom).

O bom desempenho da economia[bb], comentado também pelo The Guardian, pode ser constatado no considerável crescimento no PIB do ano passado, encerrado com alta de 5,4%. O que chama a atenção é o desempenho agropecuário. De um modo geral, o resultado alcançado do Produto Interno Bruto foi de R$ 2,6 trilhões.

Já o PIB per capita, divisão do PIB pelo total de número de residentes no país, teve um crescimento real de 4% em relação a 2006, alcançando R$ 13.515,00. O último trimestre de 2007 teve uma expansão de 6,2% quando comparada ao período equivalente de 2006 e de 1,6% quando comparada à expansão do terceiro trimestre de 2007.

De certa forma, o resultado surpreendeu a maioria dos analistas e suas previsões. Essa constatação tornou-se evidente com a pesquisa Focus (levantamento semanal realizado pelo Banco Central com diversas instituições financeiras), que demonstrava percentual esperado de 5,2% para o PIB de 2007. Até o governo previa algo em torno de 5,2% ou 5,3%, como o Ministro Guido Mantega comentou em entrevista recente.

O consumo das famílias teve sua quarta alta seguida, desta vez de 6,5%. Fica fácil apontar de onde sairam os recursos que garantiram o bom resultado: crédito fácil. Eu disse fácil, não barato. Um dos desempenhos mais espetaculares do ano foi, no entanto, da chamada intermediação financeira. Isso mesmo, os bancos, financeiras, empresas de cartões de crédito ganharam muito dinheiro em 2007.

Ambiente favorável
Em momentos de bom desempenho econômico o otimismo volta a reinar forte, o apelo ao consumo se torna algo mais natural e o aumento do trabalho formal permite que mais as pessoas idealizem sonhos materiais. Como exemplo do reflexo dessa mudança cito a indústria automobilística, que experimentou recordes inimagináveis até pouco tempo atrás.

Analistas consultados pelo jornal The Guardian concordam que a forte demanda doméstica, somada à estabilidade financeira e exportações bem distribuídas ofereceram ao país alguma proteção contra o desaquecimento americano. Tudo isso transforma o país em um porto seguro para o capital mundial. Basta lembrar que o excesso até nos fez tomar medidas restritivas contra a entrada de dólares no país.

Como fica a Selic?
No meio desse mar de otimismo foi divulgada a ata da última reunião do Copom. A possível alta da inflação coloca em perigo a meta estipulada para o ano de 2008, de 4,5%:

“O COPOM considera que a persistência de descompasso importante entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas tende a elevar a probabilidade de que tal cenário venha a se materializar”

Esse trecho da deixa clara a intenção dos representantes de, já na próxima reunião, optar pela elevação da taxa básica de juros (Selic). Infelizmente, a leitura que o Banco Central faz de uma demanda interna “robusta” se encerra na crença de que o consumo se reflete apenas nos gastos das pessoas, deixando de lado outro ponto crucial: a redução de gastos da máquina pública.

O Brasil e o seu dinheiro
A expectativa da alta da Selic reforça a recomendação de investimentos atrelados a essa taxa: fundos atrelados à Selic ou CDI e títulos do tesouro são boas opções caso essa possibilidade se concretize. O Brasil passa por um momento importante, afinal nunca tivemos pontos positivos com tamanha singularidade.

O bom momento econômico externo foi crucial, mas o verdadeiro teste vem agora. O mundo revê o seu crescimento para baixo enquanto nós pensamos, cada vez mais, em crescimento. Falando nisso, qual foi o seu crescimento pessoal em 2007? Já fez essa reflexão? Aproveite o final de semana para descansar, mas utilize seu tempo também para projetar seu crescimento em 2008.

Fontes usadas como consulta para este artigo: Infomoney, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo.

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Ricardo Pereira é Analista Financeiro Sênior da ABET Corretora de Seguros, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para Marcio Eugenio.

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