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O IPI reduzido, a economia e o crescimento do Brasil

por Ricardo Pereira
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O IPI reduzido, a economia e o crescimento do BrasilDurante essa semana o governo divulgou a continuidade do programa de estimulo (renúncia) fiscal em alguns setores da economia. Para a chamada linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar), a extensão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido vai até 31 de outubro. Para os carros, o IPI reduzido será mantido até 30 de setembro. No setor industrial, a redução chegou a 70 itens que influenciam o preço de máquinas e equipamentos.

É verdade que os setores contemplados, principalmente o setor automobilístico, possuem bons motivos para comemorar. Ótimos resultados estão sendo divulgados e a sensação que esses setores demonstram é de que a crise foi embora. Infelizmente, o “pacote de bondades” do governo se limitou a alguns setores – deixando outros também importantes de lado.

Dentro da cadeia produtiva, muitas áreas sofrem com o câmbio baixo e a falta de investimentos[bb]. Tais setores, importantes dentro de uma realidade de geração de empregos e oportunidades, podem se tornar verdadeiros gargalos dentro da economia brasileira. Para ser de fato justo, o pacote precisaria contemplar toda cadeia produtiva sem deixar de ser abrangente e abarcar toda a população.

No Brasil, é uma ilusão acreditar que uma redução temporária do IPI (ou de outros impostos) resolve a cruel realidade tributária. Ameniza. O correto, e mais lógico, é que o ato deixasse de ser uma medida política. Por que não investir na redução integral de impostos, principalmente para empresas que não suportam a alta carga tributária do país?

Outras áreas merecem atenção especial
Sempre caímos na questão do spread bancário. É bem verdade que na sua composição encontra-se um alto componente de busca pelo resultado, entre os altos juros existe também uma alta carga tributária. O dinheiro[bb] também é algo muito onerado nas operações financeiras em nosso país.

Ao mesmo tempo em que buscamos uma redução nos impostos (afinal, o brasileiro trabalha em média 5 meses do ano só para pagá-los), somos informados que o governo pretende aumentar os seus gastos públicos. A mesma mão que tira, através dos altos impostos, é a que sustenta elevados gastos com a máquina pública e alguns programas sociais, como o Bolsa Família. E mais uma vez caímos na discussão da eficácia de programas sociais, que nem sempre propiciam um futuro mais digno as pessoas. Aqui se dá o peixe e pouco se ensina a pescar.

É verdade que em situações emergenciais, o caminho e a escolha pelo assistencialismo precisam ser diretos e rápidos, mas, ao longo do tempo, os gastos se tornam apenas gastos e não criam cidadãos engajados e em busca de conhecimento e alternativas de crescimento na vida. Não passam fome, é verdade, mas não se sentem motivados a sair da zona de conforto.

A verdade é que frente ao nível de crescimento do Brasil nos últimos anos e mesmo diante de um aumento importante no investimento em áreas estratégicas, ainda precisamos fazer mais e os assuntos que urgem são:

  • Educação;
  • Carga tributária;
  • Juros e spread bancário;
  • Inchaço da máquina pública;
  • Previdência Social.

Falemos, por exemplo, da educação. Um país só deixará sua condição de emergente quando sua população estiver no mesmo patamar de desenvolvimento intelectual e social de países mais desenvolvidos – o que significa investir no ensino e na formação básica do cidadão. Só com educação[bb] teremos uma mão de obra qualificada capaz de acessar maiores rendas.

Ouça abaixo a participação do comentarista econômico Carlos Alberto Sardenberg na Rádio CBN. Ele fala sobre a importância da redução dos impostos como forma de aquecer a economia, entre outros assuntos. Deixe seus comentários:

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Ricardo Pereira
é educador financeiro e palestrante, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.

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Crédito da foto para stock.xchng.

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