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Entrevista com Thomas Reaoch, o Rei do Networking

por Bruno Biscaia
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Entrevista com Thomas Reaoch, o Rei do NetworkingHoje você vai ler uma entrevista exclusiva que realizei com Thomas F. Reaoch, norte-americano conhecido no Brasil como o “Rei do Networking”. Thomas é formado em Educação Industrial pela Universidade Bowling Green, Ohio, EUA e Mestre pela PUC – SP com extensão pela FACAMP e METROCAMP. Conhecedor dos mercados brasileiro, americano, europeu e latino-americano, atuou em empresas nacionais e multinacionais, como Alcoa Alumínio, Hunter Douglas, Rievers & Gussin e Feeling Structures .

Thomas é autor do livro “Seja executivo e não executado!” (Ed. Komedi) e atualmente é, entre outras atividades, Diretor Executivo da RC Invest Consultoria e Anfitrião do programa de rádio Talk2Brazil da LA Talk Radio (EUA), que trata de oportunidades de negócios no Brasil. Caso queira conhecer melhor nosso entrevistado de hoje, acesse seu currículo on-line.

A entrevista trata de empreendedorismo, networking e planejamento pessoal e profissional. Aproveite as dicas e os depoimentos presentes neste bate-papo para estimular o seu desejo de empreender e, assim, melhorar o seu dia a dia no mercado de trabalho e também diante das oportunidades profissionais que eventualmente surgirem! Siga em frente, participe da promoção e divida conosco a sua opinião.

1. Thomas, você é conhecido por muitos como um executivo de grandes multinacionais e como o sócio-fundador de uma consultoria corporativa. Assim, vamos falar um pouco dessa sua experiência tanto como empregado quanto como empregador. Quais foram os motivos que o levaram a abrir uma empresa e quais as maiores barreiras enfrentadas no início desse empreendimento?

Thomas Reaoch: Em 2000, quando sai da Alcoa, o mercado estava em recessão e de difícil recolocação para executivos da minha idade. A análise que fiz na época me mostrou dois caminhos: consultoria e empresa própria. A junção dessas duas atividades deu início a RC Consultoria Financeira, na qual comecei a aconselhar proprietários de pequenas e médias empresas como Conselheiro Financeiro, seguindo o modelo americano de “advisor”, oferecendo “conselhos” e orientação na proteção patrimonial.

Logo, o motivo da abertura da empresa foi a sobrevivência. Eu precisava ganhar dinheiro. A maior barreira foi a mesma de toda empresa nova: ninguém confia em você e todos acham que mais cedo ou mais tarde você irá desistir ou quebrar. E, infelizmente, as estatísticas demonstram exatamente isto.

2. Você se sentia completamente preparado para esta nova fase, de dono do próprio negócio, ou preferiu partir para a execução e assim ir evoluindo e aprendendo com os acontecimentos? Quais características você considerou essenciais para gerenciar melhor todos os processos?

TR: Acho que nunca estamos completamente preparados. Eu procurei novos conhecimentos e benchmark para uma atualização. Em 2000, era o início das empresas “Ponto Com” e achei importante me atualizar. Assim, eu fiz um estágio em uma empresa de internet, na qual todos os donos e funcionários eram jovens, com não mais que 25 anos de idade. Eu tinha 52 anos na época.

Eu procurei entender e aprender qual era o “Valor” da web e também ensinar os jovens a lidar e a se comunicar com as pessoas da minha geração. Aprendemos juntos. A Internet era e continua sendo fascinante. Aprendi que o mundo estava se tornando virtual, e isso estava acontecendo muito rapidamente.

Mas, também fiz outros cursos de atualização: fiz um curso de como ser consultor, outro curso de extensão na FACAMP, em Administração Financeira e outro na Metrocamp, em Gestão de Risco. Aprender não tem idade, sempre aprendo uma coisa nova todo dia. A característica fundamental, necessária a qualquer pessoa, é a capacidade de mudar e de fazer coisas diferentes. Isso ou então fazer a mesma coisa de uma forma diferente. Trata-se da famosa “adaptabilidade”. Sendo um americano no Brasil, aprendi logo no início a me “adaptar” e a mudar.

3. Mudando um pouco o rumo de nossa conversa, gostaria que falasse um pouco sobre uma prática que lhe rendeu um título muito interessante, o de “Rei do Networking”. Como você acredita que o networking pode ajudar a alavancar negócios e pessoas? Qual o primeiro passo para aqueles que desejam construir uma boa rede de contatos?

TR: Negócios são feitos entre pessoas, isto é, são as pessoas que personificam as empresas e os produtos. Tudo que fiz em minha vida, e continuo fazendo, ocorreu através das pessoas que conheci e daquelas que me recomendaram. Os cursos e o treinamento que fiz agregaram valor técnico, mas, no mundo de hoje o que destaca um profissional e de fato agrega valor é a quantidade e a qualidade dos relacionamentos.

O processo de networking é contínuo, proativo e demanda tempo e energia. Como em qualquer processo, quanto mais você se dedica, mais você recebe de volta. Infelizmente, minha experiência mostra que as pessoas só pensam em networking quando precisam de um emprego. O primeiro passo é o mais difícil para a maioria dos profissionais: se apresentar para pessoas desconhecidas! Somente podemos aumentar a nossa rede de relacionamentos conhecendo pessoas novas. Pessoas inibidas ou tímidas precisam aprender a lidar com isto e a ser mais proativas, senão….

4. Em seu livro “Seja executivo e não executado! – Planejamento profissional e pessoal em todas as idades” (Ed. Komedi), você afirma que “planejar a atuação sobre uma oportunidade detectada pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso”. Fale um pouco sobre planejamento e como ele deve ser realizado de forma a diminuir a interferência de imprevistos?

TR: Normalmente, o planejamento deve ter dois componentes: primeiro, o planejamento para o sucesso e depois o plano contingencial, o tal do “plano B”. O “plano B” define o que fazer quando o “plano A” não funciona. Planejar poderia ser simplesmente pensar nas duas hipóteses e saber, antecipadamente, o que fazer em duas situações. É importante analisar os riscos, tanto de sucesso quanto de insucesso.

No meu passado profissional, atuando com comércio exterior, os maiores fracassos eram de empresas que não planejavam o sucesso. Quando de fato conseguiam o pedido de um cliente no exterior, não estavam prontas e nem capacitadas para atendê-lo! No Brasil, ao invés do planejamento usa-se o “jeitinho”, o “vamos ver como fica” ou o “depois a gente se vira”.

5. É muito comum encontrar em seus artigos e também em seus livros a sua forte recomendação ao uso de “cartões de visita” tanto para fins pessoais como para fins profissionais. Explique, por favor, qual a importância real dessa ferramenta de desenvolvimento de oportunidades, e como ela pode ser mais bem utilizada dentro do mundo dos negócios.

TR: O cartão é exatamente isto, uma ferramenta. Uma ferramenta fácil e prática para trocar informações de contato, nome completo, telefone, email etc. É um símbolo de querer se relacionar com uma pessoa, uma cortesia e um gesto de reconhecimento da confiança na pessoa para quem você entrega o seu cartão.

No meu modo de ver, o cartão de visita é o seu cartão pessoal – com os seus dados pessoais – e você o entrega para quem você quer “visitar”. O cartão profissional é o cartão de negócios, o “business card” com os seus dados profissionais ou da empresa e deve ser entregue às pessoas com quem você quer desenvolver um relacionamento de negócios.

Muitas pessoas não têm nem um, nem outro. Eu, quando frequento eventos empresariais, levo cartões em branco e uma caneta. Eu entrego o meu cartão e depois apresento o cartão em branco e peço que preencham. Sempre encontro pessoas que não tem um cartão ou que dizem “que esqueceram em casa, no escritório, no carro, na bolsa” e por ai vai.

6. Atualmente, para se destacar o profissional deve estar em constante atualização, participar de eventos, palestras, realizar um bom networking e, acima de tudo, desempenhar um bom trabalho em sua empresa. Parece um quadro de tarefas que nunca tem fim. Como em sua empresa, a RC Invest, vocês trabalham com motivação de equipes, pergunto: na sua opinião, de que forma o profissional pode se manter motivado diante de tantas tarefas e encontrar o equilíbrio diante de sua vida pessoal e profissional?

TR: Networking faz parte do trabalho; networking é trabalho! Participar de eventos e palestras é uma forma de conhecer novas pessoas e também de se manter atualizado e adquirir conhecimento. O equilíbrio também precisa ser planejado. Para organizar-se e dedicar tempo para a vida pessoal e também profissional, você tem somente 24 horas por dia. Por isso, é preciso planejar cada hora, cada dia.

Lembre-se, relacionamento vale mais do que conhecimento técnico! Para você valer mais, precisa se relacionar mais! Ninguém vai te pagar mais pelo livro que você leu. Vai te pagar, sim, se você conseguir aplicar tudo o que leu em pessoas! De preferência em novos clientes.

7. Os jovens universitários e os recém-formados costumam se deparar com alguns problemas cruciais em suas carreiras, como, por exemplo, a falta de emprego. Em seu livro, você fala sobre o conceito de “empregabilidade” e como ele pode auxiliar na carreira de qualquer pessoa. Dessa forma, como deve ser administrada a empregabilidade desses jovens e qual a sua relação com a prática de networking?

TR: Eu treino muitos jovens. Jovens aprendizes, trainees de empresas, trainees da AMCHAM, trainees do WTC Clube de Negócios, jovens de Empresas Juniores em faculdades etc. Conheço bem o dilema. Para todos, eu sempre recomendo duas coisas: uma é aprender e ter fluência em línguas, preferencialmente mandarim; fluência em inglês já é mandatório. A outra é participar ativamente de uma ação social, pois isso te habilitará a relacionar-se com pessoas e com a diversidade.

8. Por fim, você poderia deixar algumas dicas para os leitores em relação ao desenvolvimento de networking e da empregabilidade, levando em conta esse cenário econômico atual, de recuperação?

TR: As principais palavras-chave do momento atual e do mundo são: Geriatria, “Carbon Footprint”, Ecologia, Saúde, China, Índia e, sempre, TI (Tecnologia da Informação). Todos precisam aprender a desenvolver o seu “Personal Branding”, a marca pessoal! Dessa forma, desenvolva a sua rede de relacionamento presencial e também a rede de relacionamento virtual, como por exemplo no Linkedin, Twitter, Facebook e no seu blog pessoal.

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Bruno Biscaia
já atuou nos setores de Marketing de Eventos e de Planejamento e Controle da Produção. É estudante de Engenharia de Produção Mecânica na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e edita a seção de Empreendedorismo do Dinheirama.

Crédito da foto: divulgação.

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