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Há relação entre riqueza e qualidade de vida?

por Conrado Navarro
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Há relação entre riqueza e qualidade de vida?Não adianta, quase sempre a brincadeira com alguém que trabalha com finanças passa pela pergunta “Você já ficou rico?” e termina com “Porque, veja, para ensinar as pessoas a ganhar dinheiro você tem que ter chegado lá”. O raciocínio é válido, tem fundamento, mas é simplista, para não dizer leviano e superficial.

Ensinar a ganhar dinheiro? Rico? Aproveite que o texto ainda está em seu começo e reflita: são apenas essas as métricas que motivam você a procurar informações, textos e material relacionado aos investimentos[bb] e às finanças pessoais? Então a única razão para lidar bem com seu cotidiano financeiro é ficar rico e ter muito dinheiro?

Sem dúvida, muitos dirão “SIM” de forma bastante efusiva. Normal. Mas eu prefiro sempre abordar o tema com mais cuidado, ainda que de forma provocativa:

  • Como fica a qualidade de vida e o bem estar quando só se pensa em enriquecer, comprar isso e aquilo e estar sempre na última moda?
  • Ter tudo e não ter tempo para usufruir de tanta coisa é qualidade de vida?
  • Impressionar através de bens materiais é viver o bem estar em sua melhor forma?

Como de costume, tenho muito mais perguntas que respostas. Experimente questionar certas atitudes automatizadas de seu dia a dia e garanto que vai se impressionar com o quão pouco você valoriza sua real capacidade de desfrutar de momentos felizes, simples e descomplicados. Felicidade nos pequenos detalhes, já viu? Temos o péssimo hábito de complicar o que é bom para temperar ainda mais a sensação de realização. Surreal.

Em geral, noto famílias vivendo momentos terríveis, mas sempre com a justificativa de que tudo é para garantir qualidade de vida no lar. Logo, começo a desconfiar que a definição de qualidade de vida[bb] está deturpada ou erroneamente interpretada por grande parte da população. Começo com você, caro leitor: o que você considera ser qualidade de vida?

Alguns exemplos
Imagine aquele profissional que trabalha demais, que está sempre correndo contra o tempo para dar conta de seus afazeres, que tem muitos compromissos e julga impossível ter tempo para praticar exercícios. Seu salário é alto, as recompensas financeiras são generosas e ele é tido como grande modelo de sucesso profissional. Você certamente conhece alguém assim.

Agora pense no profissional que trabalha em uma cidade menor, mais tranquila, onde naturalmente seus horários são mais flexíveis, seus benefícios extra-salário são relacionados também ao tempo livre e de forma que ele consiga praticar seus hobbies, passar mais tempo com a familia e cultivar suas manias.

Quem tem mais qualidade de vida? A resposta está na ponta da língua, não é mesmo? Ora, então qualidade de vida significa ter vida fora do trabalho, cultivar momentos fora da empresa, respirar o ar dos amigos e da família e fazer deles razão para dias menos estressantes e de pouco ou nenhum trabalho até altas horas da noite. Se quiser conhecer melhor minha opinião neste sentido, recomendo a leitura do artigo “É possível conciliar tempo, dinheiro e família?”.

Certo, qualidade de vida é um conceito relativamente simples, óbvio. Agora vamos levar em conta a remuneração direta de cada um dos profissionais citados. O que trabalha muito está em uma empresa com proposta agressiva e tem bônus polpudos relacionados às suas metas de vendas e contratos fechados. O que trabalha menos e vive no interior recebe um salário menor e tem no 13o. salário e no plano de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) seu extra anual.

Quem é mais rico? Para alguns, a resposta ainda é fácil. No entanto, começo a ouvir um coro dizendo “Depende”. Depende de quê? Rico não é ter mais dinheiro[bb], ter mais isso e aquilo, andar de carrão e morar em um belo apartamento? Sim? Não? Experimente observar a situação dos profissionais de outro ângulo: qual dos dois leva uma vida mais rica em realizações, amor, saúde e, advinhe, qualidade de vida?

Portanto, profissionais sérios que abordam finanças pessoais e investimentos propõem a seus amigos e clientes uma vida equilibrada, com trabalho sério, mas também momentos de lazer e planejamento para desfrutar de qualidade de vida hoje e sempre. Ficar rico é consequência de uma vida rica, próspera, pautada no bom senso, respeito e suporte familiar.

O dinheiro, então, é um aliado e não uma meta final. Quando estiver próximo de algum falso rico – o típico workaholic que adora falar dos inúmeros contratos fechados em pleno happy hour – experimente comentar sobre sua rotina de prazer ao lado de sua(seu) esposa(o) e do plano de abrir um negócio[bb] assim que os investimentos já realizados alcançarem a meta programada. Repare na sua reação.

Ele vai te achar um babaca. Sorria, afinal sua vida não depende disso para existir. Ela já existe. Enquanto isso, ele vai seguir achando que babacas como você são a razão para tanto sucesso de pessoas como ele. Tudo bem, é a vida. Uns escolhem ficar ricos enquanto outros escolhem ser ricos. Eu sou rico! E você?

Crédito da foto para freedigitalphotos.net.

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