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Você, seu comportamento financeiro e o consumismo

por Bernadette Vilhena
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Você, seu comportamento financeiro e o consumismoHoje em dia, presenciamos constantemente um padrão de comportamento financeiro se repetir: gastar mais do que se ganha. Tal modelo insiste em estar presente mesmo que o indivíduo saiba sobre esse princípio básico das finanças pessoais. Atualmente, apesar da infinidade de informações sobre planejamento financeiro, muitas pessoas fazem justamente o contrário e se endividam além da conta.

O comportamento de endividamento, inadimplência, culpa e frustração aprisiona o indivíduo no ciclo vicioso do ganha-perde. Saber que não podemos comprometer o orçamento inteiro parece não bastar para frear os instintos consumistas amplamente estimulados diariamente. Por que, você deve estar se questionando?

A questão envolve comportamento e o complexo universo interior humano. Para tentar deixar os fatos mais claros e encontrar algumas ferramentas que possam ajudar colocar as contas em dia, trago alguns pontos importantes desse quebra-cabeça chamado eu e meus motivos!

Por que compramos?
Compramos basicamente para satisfazer necessidades primárias, para obter prazer ou aliviar as dores. Com qual motivo você mais se identifica? Será que existe algum item comprado que carrega consigo pensamentos do tipo “podia ter deixado para depois essa compra”, “devia ter levado o outro mais barato”, “quando vou usar isso?”, “levarei uns meses para quitar essa dívida”, “fulano vai me criticar quando souber que comprei de novo”, “vou falar que ganhei de presente”, “e de novo me compliquei com o cartão de crédito”, ”mas eu estava precisando de um carinho” ou semelhantes?

O objetivo dessa reflexão é provocar um momento de conhecimento dos seus motivos para comprar e assim evidenciar ocasiões em que existe consumismo puro e simples no lugar de consumo consciente.

O consumo consciente traz consigo os benefícios de uma compra bem feita e prazerosa – o bem-estar e a tranquilidade de um bom negócio realizado, ao invés de um “peso” toda vez que olhamos para o bem adquirido. O peso é aquela história de olharmos para o produto e lembrarmos que ainda não pagamos todas as prestações ou nos arrependermos da compra, mesmo que esta tenha sido feita a vista e com um bom desconto.

O consumismo conta e se aproveita de nossa pouca paciência, irritabilidade, imediatismo, baixa tolerância à frustração, otimismo excessivo, ansiedade, pouco autocontrole, vergonha, contabilidade mental e o sentimento do “eu mereço”. Todas essas armadilhas estão presentes em nosso cotidiano e é preciso saber que elas existem para que o comando fique – pelo menos na maior parte do tempo – em nossas mãos.

Estarmos atentos aos nossos comportamentos nos leva a uma vida mais saudável financeiramente. O principal é buscar a coerência interior. Quando algo não vai bem, provavelmente tentaremos preencher o vazio ou disfarçar as dores comprando. Só que esse é um paliativo perigoso, pois traz consigo mais problemas futuros (a frustração pós-compra, o endividamento e o desperdício de dinheiro).

Qual é linha tênue entre comprar e poupar?
Via de regra, optamos pelo consumo imediato (e ficarmos felizes agora) e acabamos não pensando em todo tempo futuro que estaremos comprometidos com dívidas ou arrependimentos, o que poderá causar um grande incômodo. Motivações emocionais se sobrepõem às racionais em muitos momentos. Ficamos presos em situações repetitivas. A razão disso é nosso padrão interno, nossas crenças pessoais.

Para sair dessas situações, é preciso olhar para si e procurar encontrar os motivos (de novo eles), que são gatilhos para esses comportamentos não desejados. Está difícil se conhecer ou você acha que está tudo bem mesmo com seu orçamento comprometido?

Sugiro que você tente prestar atenção nas falas das pessoas de seu círculo de convivência, elas podem dar pistas interessantes sobre como você se mostra, como se comporta, como consome. Um exemplo são as famosas observações “comprou mais um?”, “isso é novo?”, “mas você precisava de outro?”, ”está podendo hein!” e por ai vai. Essas simples frases podem significar muito, então é bom ficar atento aos comentários!

Assim, preferimos comprar agora e deixamos para amanhã aquele investimento que há tempos ronda nossa mente. Sempre o depois, o amanhã sem data para chegar. Chega! Aceite que nossas atitudes imediatistas precisam dar lugar ao planejamento de longo prazo.

Julgamos e sugerimos sempre
Nós, muitas vezes, somos exímios juízes dos outros. Podemos fazer desse hábito algo mais positivo quando trazemos esse julgamento para nossa vida, aplicando a nós mesmos nossas implacáveis soluções e críticas dadas à vida financeira alheia. Com um pouco de atenção, você conseguirá fazer de suas falas e de seus sentimentos em relação ao outro um importante aliado no seu processo de autoconhecimento. Explico.

Geralmente, o que te incomoda no outro é reflexo do seu próprio comportamento; você acaba tendo condutas parecidas. Logo, fica a pergunta: será que sua conduta financeira está alinhada ao que você sugere para seu amigo? Até que ponto você aplica em sua vida os conselhos dados com tanta certeza? Lembrando que é a partir de nossa própria experiência que podemos sentir a dimensão dos fatos. Experiências mudam condutas.

Como julgamos os outros e como trazemos esses julgamentos para nossa vida é uma reflexão oportuna, não acha?

Uma experiência particular
Após muitas vivências dentro da sala de aula, em empresas e junto aos leitores do Dinheirama, posso afirmar que o primeiro passo para a busca do equilíbrio pessoal e, consequentemente, do equilíbrio na área financeira é o autodescobrimento. O conhecimento liberta e rompe ciclos limitadores. Funcionou comigo!

“Autoconhecimento, afinal, somente com ele podemos promover alguma transformação em nós. Sem ele, estaremos indo na ‘onda’ dos demais, agindo mais por impulso e espírito de massa do que propriamente por consciência e vontade própria” – Divaldo Franco e César Said

Pense nisso! Um abraço e até a próxima!

Foto: sxc.hu.

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