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Dinheirama Entrevista: Fabio Araujo, autor de “A Sociedade da Fortuna”

por Conrado Navarro
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Dinheirama Entrevista: Fabio Araujo, autor de "A Sociedade da Fortuna" Você já pensou em aprender mais sobre planejamento financeiro, finanças pessoais e investimentos através de um livro repleto de personagens e histórias, em vez de ensinamentos, contas complicadas e exemplos inacessíveis? A ideia é muito interessante, não acha? Que bom que temos alguém que levou esse projeto adiante e resolveu disponibilizar seu trabalho sem custo algum.

Falo do amigo Fabio de Almeida Lopes Araujo, autor do livro “A Sociedade da Fortuna” e coautor do artigo técnico “Educação Financeira para um Brasil Sustentável”. Graduado em Administração de Empresas pela EAESP-FGV e pós-graduado pela Business School São Paulo, é servidor do Banco Central do Brasil desde 2006 e membro da International Network on Financial Education (OCDE).

Seu livro “A Sociedade da Fortuna”, disponível de forma gratuita em www.sociedadedafortuna.com.br, conta a história de Lucas, um garoto magricelo e aprendiz de cozinheiro. Ele, como tantos outros brasileiros, vive problemas corriqueiros em casa. A falta de dinheiro, ou melhor, a dificuldade em organizar as finanças, o deixa indignado. Seu melhor amigo, o Vini, o apelidou de Senhor Ranzinza.

Porém, certo dia, Lucas é surpreendido por uma visita especial. Ele conhece um membro da Sociedade da Fortuna, que lhe propõe um desafio. O desafio de sua vida! Lucas e Vini têm pouco tempo para desvendar segredos, vivenciar experiências e conhecer um novo mundo. Caso eles tenham sucesso, conseguirão entrar para o seleto grupo da Sociedade da Fortuna e descobrirão toda a verdade sobre o dinheiro.

Acompanhe nosso papo:

Fabio, você tem uma visão bastante interessante sobre a educação financeira dos brasileiros, conforme já conversamos. Quais são, na sua visão, as principais características do nosso país em relação a isso e onde e como podemos melhorar?

Fábio Araujo: Conrado, o brasileiro, em geral, busca os caminhos rápidos para resolver seus problemas financeiros. Exemplos? Aqueles que estão endividados querem um acordo salvador que os tire daquela situação. Os que têm uma sobra do orçamento buscam dicas quentes de investimentos. Em minha opinião, poucos querem dedicar tempo para usar o crédito de maneira consciente ou para montar uma carteira de investimentos adequada às suas características.

Percebo que a quantidade e a qualidade das fontes de informações financeiras melhoraram muito nos últimos anos. Precisamos criar a cultura de que lidar com o dinheiro não é nenhum bicho de sete cabeças. Não é preciso ser um expert em economia para lidar bem com o dinheiro, mas é necessário dedicar tempo ao assunto.

Creio que leituras que mesclem conhecimento com entretenimento podem auxiliar nesse desafio.

A leitura é um dos itens em que temos muito a avançar. Mas há também o aspecto da educação financeira como cidadania, em que exemplos são passados de pais para filhos e através do apoio das escolas e empresas. Qual o maior desafio para a educação financeira “vingar”?

F. A.: Vejo dois pilares para isso acontecer. O primeiro deles é a inserção do ensino do tema nas escolas e o segundo é envolver toda a família no diálogo sobre dinheiro e nas decisões de consumo. Falando em diálogo, creio que o livro “A Sociedade da Fortuna”, que escrevi e ofereço aos leitores de forma gratuita em formato eBook, oferece a oportunidade de pais e filhos conversarem sobre o tema dinheiro.

Através da leitura do material, eles podem conversar sobre os problemas e equívocos dos personagens do livro e não dos seus próprios. Isso facilita a conversa e a torna menos espinhosa para todos os membros da família.

Sua ideia de escrever e disponibilizar de graça um livro sobre educação financeira é louvável. Conte-nos mais sobre a motivação para escrever “A Sociedade da Fortuna”.

F. A.: Quando eu era mais novo e ia às livrarias buscar algo que me ajudasse a lidar melhor com o dinheiro, eu geralmente me frustrava. Eu percebi que existia uma lacuna no mercado de livros de finanças. De um lado temos os livros técnicos, que têm uma linguagem complexa e, de outro, temos os livros de autoajuda com promessas de soluções mágicas.

Eu pensei que um livro que tratasse do tema por meio de uma estória de ficção e que fornecesse entretenimento e ferramentas de finanças pessoais poderia ajudar. Essa foi a minha motivação para escrever “A Sociedade da Fortuna” e disponibilizá-lo gratuitamente no site www.sociedadedafortuna.com.br.

O que nosso leitor encontrará ao ler “A Sociedade da Fortuna”? Por que ele deve lê-lo? O processo de download requer algum cadastro?

F. A.: O leitor encontrará um romance que traz lições de educação financeira. Ele pode ler pelo prazer, se entretendo com a história, ou pode ler para aprender sobre o tema finanças pessoais. A escolha é do leitor.

Ele aprenderá como gerar seu próprio dinheiro e como cuidar dele. Ele receberá dicas de como sair das dívidas e modos de investir o dinheiro. O mais importante é se divertir com a aventura de Lucas e Vini.

Baixar é fácil e não é necessário se cadastrar. Com um clique o livro é aberto em formato PDF. Basta acessar o site www.sociedadedafortuna.com.br.

Em geral, como andam as finanças dos brasileiros? Percebo que o consumo e a compra parcelada tem se elevado, mas ao mesmo tempo somos um povo que costuma pagar em dia suas dívidas. Somos muito imediatistas?

F. A.: No Brasil, segundo o IBGE, 75% das famílias sentem alguma dificuldade de chegar ao final do mês com seus rendimentos. Apesar de o assunto educação financeira estar mais em voga atualmente, conversar sobre dinheiro sempre foi um tabu.

Nós tivemos pouco acesso a informações sobre o assunto, tanto em nossa casa como em nossas escolas. Creio que o imediatismo do brasileiro é resultado da nossa história e da nossa cultura.

Outro aspecto que meu preocupa é o da formação de poupança e investimentos. Como nação, investimentos pouco e a cultura da poupança para o longo prazo praticamente não existe. Alguns dizem que isso é herança da época conturbada que vivemos antes do Plano Real. Você concorda? Como mudar este quadro?

F. A.: Essa é uma boa pergunta. Algumas décadas atrás, era praticamente impossível fazer investimento de longo prazo no mercado financeiro brasileiro. Não existia produto adequado para isso. Quem tinha essa visão o fazia por meio da compra de terrenos e de imóveis.

Além disso, em um ambiente marcado pela hiperinflação e por mudanças constantes na economia é complicado fomentar uma cultura da poupança de longo prazo.

Hoje o cenário é outro. Temos produtos para o longo prazo, como os planos de previdência privada (PGBL e VGBL), um mercado de ações mais desenvolvido e a possibilidade de investimento em títulos públicos de longo prazo. Enfim, a oferta mudou.

Creio que ainda virão muitos outros produtos para formação de poupança de longo prazo, como “fundos para educação” e “fundos para a saúde”, com objetivos e tributação adequados para o longo prazo.

Do lado da demanda, creio que precisamos melhorar a educação da população (não só a financeira!), além de utilizar a arquitetura da escolha (esse é outro papo). Assim podemos mudar esse quadro.

Fabio, obrigado pela entrevista e parabéns pelo trabalho realizado em prol da educação financeira. Por favor deixe uma mensagem final para quem deseja conhecê-lo melhor, inclusive citando novamente como fazer o download do livro “A Sociedade da Fortuna”. Até a próxima.

Conrado, obrigado pela oportunidade e parabéns pelo trabalho à frente do Dinheirama, referência nacional em educação financeira. Gosto muito de uma frase, atribuída ao escritor Alexandre Dumas: “não estimes o dinheiro nem em mais nem em menos do que aquilo que vale, porque ele é um bom servo e um mau amo”.

O dinheiro é apenas um meio, e não deve ser buscado como um objetivo em si mesmo. Aprender a lidar bem com o dinheiro nos dá a liberdade de viver bem a nossa vida. Reitero que meu livro está disponível para download gratuito na internet: www.sociedadedafortuna.com.br. Faça comentários e envie críticas também. Espero que goste do livro. Um abraço e até a próxima.

Aviso legal: Este trabalho não deve ser citado como representando as opiniões do Banco Central do Brasil. As opiniões expressas neste trabalho são exclusivamente do autor e não refletem, necessariamente, a visão do Banco Central do Brasil.

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