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5 Erros que todo Investidor Iniciante em Ações deve Evitar

por Ricardo Pereira
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5 Erros que todo Investidor Iniciante em Ações deve Evitar

Sempre que entro em um bate-papo com amigos cujo assunto é dinheiro, procuro colher algumas opiniões sobre como a maioria está se portando quanto aos investimentos. Aqui no Dinheirama, a cada dia que passa percebo que o tema é cada vez mais procurado.

O interesse costuma surgir de diferentes maneiras: seja porque descobriram que existem boas opções fora do radar da maioria, seja por preocupação em formar patrimônio para uma aposentadoria mais tranquila ou simplesmente porque gostam do assunto.

Boa parte dos investidores gosta de ressaltar que atualmente o “mar não está para peixe”, o pessimismo toma conta de muita gente e durante as minhas conversas noto todo tipo de justificativas para os maus resultados.

Em alguns casos, para meu espanto encontro até quem decidiu parar de investir passou a utilizar as desculpas mais descabidas para tentar mostrar o porquê desta decisão. A verdade é que não faz sentido deixar de investir.

Depois de tanto observar e buscar inspiração em pessoas que conseguiram bons resultados na arte de investir, percebi que existem alguns pontos em comum não apenas naqueles que se deram bem, mas principalmente nas pessoas que, do contrário, não saem do lugar ou acabaram com resultados ruins – estes erros costumam partir do investidor iniciante.

5 Erros que todo investidor iniciante em ações deve evitar

A minha análise dos problemas que fazem parte dos investidores fracassados em ações aponta para cinco erros comuns. A partir de agora, peço sua atenção para apresentá-los:

Erro 1: Querer olhar o mercado como um expert

É claro que nem todo mundo é um especialista em investimentos e isso na maioria das vezes pode ser uma desvantagem. Em alguns pontos, no entanto, isso pode ser um ponto positivo, afinal o olhar de um leigo pode revelar alguma “sacada”, algo claro apenas para quem tem a oportunidade de olhar para “fora da caixa”.

Muitos investidores de sucesso adotam “táticas” e fazem cursos muito bons para aprenderem a investir, acabam se especializando em análise gráfica e/ou análise fundamentalista, o que é de fato muito importante, principalmente quando analisamos os resultados no decorrer do tempo.

Entretanto, algumas coisas comuns e simples para quem tem interesse e bom senso acabam fugindo do radar de quem se tornou um expert. O tempo passa, mas algumas situações não mudam; o investidor deve ter um olhar diferenciado para o mercado (o óbvio pode ser desconsiderado).

Um exemplo interessante é a postura de identificar as melhores empresas, de setores promissores, e que possuem papel de destaque na economia do país. Hoje mesmo recebi um e-mail de uma pessoa próxima “descendo a lenha” nos bancos e dizendo que as instituições financeiras são ótimas só para seus donos.

Ora, justamente aí vem o “X” da questão, afinal de contas por que não aproveitar para se tornar sócio do banco (comprando ações do mesmo) em vez de ficar apenas reclamando? Não parece óbvio que ser sócio de banco por aqui é uma decisão inteligente?

Mais uma vez volto a frisar a importância do estudo e da especialização do investidor, não desmerecendo em hipótese alguma a relevância das análises mais profundas. Defendo também que é importante que o investidor tenha a chance de olhar o mercado como um todo, de maneira mais objetiva e relacionada com a sua vida.

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Erro 2: Investir apenas quando o mercado esta em alta

Eu estou convencido de que o investidor de sucesso tem uma característica fundamental: para ele, o ato de investir é antes de tudo um hábito. Vejo que muita gente acompanha o mercado quase que diariamente, dedicando um tempo relativamente grande para buscar muitas respostas, mas poucas investem de fato ou investem apenas quando o humor do mercado é positivo.

Warren Buffett, reconhecido como um dos investidores mais bem sucedidos da história, têm uma frase que se tornou célebre sobre esse ponto: “Compro ações, quando os roedores estão indo na direção oposta”.

Faço questão de relativizar esse ponto: muita gente que se tornou trader profissional pode encarar a questão de forma diferenciada, afinal este grupo acompanha o mercado em tempo real e possui uma estratégia de entrada e saída para cada operação. Ok, mas e o investidor comum?

O pequeno investidor não precisa ficar “de fora” e pode se valer da máxima de que manter uma carteira formada por ações de boas empresas, mesmo quando passam por turbulências, pode ser interessante no momento de baixa do mercado.

Na verdade, as boas oportunidades costumam surgir quando a crise se mostra mais próxima ou já se instalou, o que traz medo ao mercado – e o medo faz com que as pessoas fiquem cegas. Quem fez a lição de casa já está há um bom tempo investindo e aproveitando as verdadeiras “promoções” por ai. Isso sem contar que também é possível ganhar e ter lucro com o mercado em queda.

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Erro 3: Tomar decisões apenas levando em consideração o noticiário econômico

Existe uma característica interessante em muitos investidores que eu conheço que merece uma discussão: muitos procuram investir levando em consideração o humor do mercado a partir de informações e matérias de cunho jornalístico.

Isso aconteceu muito durante os anos de 2005, 2006 e 2007. Os bons ventos da economia e do mercado de capitais foram, de uma maneira geral, retratados com excesso de otimismo por sites, revistas e jornais, encorajando muita gente a direcionar, em alguns casos, todas as suas economias para a bolsa.

Sabe aquela coisa de investir quando determinada empresa ou o mercado em alta virou capa de revista? Pois é, a festa durou pouco tempo e a crise de 2008 trouxe amargura, arrependimento e frustração para muita gente.

As mesmas matérias que antes “vendiam” o mercado de ações como uma forma de enriquecer da noite para dia não perdeu tempo em demonizar o mesmo mercado, fazendo com que muita gente acreditasse que investir em ações era coisa de gente maluca, praticamente uma roleta russa.

Hoje, alguns anos depois, vejo um fenômeno muito parecido acontece. Há muita gente à procura de matérias e gurus capazes de mostrar e apontar caminhos de facilidade; as pessoas querem investir nas ações que analistas (que possuem muitos interesses envolvidos) apontam como as melhores e mais promissoras.

Infelizmente, a lição de 2008 não foi totalmente digerida. É tempo de começarmos a mudar e amadurecer nossa cultura de investimento. A decisão de investir tem que ser pautada pelo perfil individual do investidor, para que sejam respeitadas algumas questões como tempo, perfil, necessidades individuais e objetivos.

O ponto chave é: ninguém pode dar garantia de nada no investimento em ações. Trata-se de um mercado de risco. Ponto. Se é para seguir cegamente as recomendações e as notícias, que o investidor tenha ciência disso e lide com as consequências.

Mesmo que o olhar seja empírico e detalhado, como sugeri no primeiro item desse artigo, a situação muda de investidor para investidor. A interpretação de um movimento ou informação muda de pessoa para pessoa. Dessa forma, a opinião de muita gente precisa ser relativizada e nunca olhada como uma verdade suprema.

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Erro 4: Não delegar a gestão dos investimentos a um profissional quando não se tem tempo ou interesse de operar diretamente

Ao longo de minha trajetória acompanhando o mercado de ações, conheci muita gente bem intencionada e muitos outros que eram verdadeiros aproveitadores, pessoas que simplesmente usavam a ingenuidade e a falta de experiência para tirar vantagem.

Com o passar dos anos, a ação desses maus profissionais criou certo receio por parte das pessoas em consultar profissionais que prestam o serviço de consultoria e planejamento financeiro para investimentos. Nada mais natural, é claro.

Acontece que, por diversos motivos, muita gente não consegue controlar e gerir os próprios investimentos, sendo a falta de tempo normalmente um dos principais empecilhos (ou em alguns casos desculpa) para os maus resultados.

Para essas pessoas, entendo que é fundamental procurar um profissional ou uma empresa especializada que possa traçar um planejamento para os seus objetivos e investimentos, de modo a ajudar na tarefa de acompanhar a evolução de seu patrimônio.

Esse consultor/empresa deve ser aproveitado não só para definir os caminhos, mas também para transferir e compartilhar com o investidor seus conhecimentos, experiências e produtos (ou sugestões).

Hoje é possível encontrar, com um pouco de interesse, dedicação e pesquisa, profissionais sérios e qualificados desenvolvendo um ótimo trabalho de gestão de patrimônio e oferta de produtos financeiros diferenciados.

Lembre-se que o trabalho bem feito e a qualificação do profissional normalmente tem um custo equivalente ao profissionalismo e resultados alcançados, portanto vale a pena avaliar o pagamento desse profissional para ter segurança e uma melhor perspectiva.

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Erro 5: Querer acertar e ganhar sempre

Ao comprar uma ação, o investidor deve ter em mente algumas informações relevantes: uma delas é o que chamamos de preço justo, uma referência pela qual o valor da ação oscila no decorrer do tempo.

Por ser uma estimativa encontrada com algum conhecimento e análise, o investidor deve acompanhar os resultados da empresa e a oscilação do papel levando em consideração o fato de que em alguns momentos a rentabilidade esperada pode simplesmente não acontecer.

Nesse momento, é importante avaliar com cuidado a possibilidade de realizar o prejuízo e não aumentar as perdas, investir mais se a avaliação for a de que a empresa em si não piorou (algumas condições externas talvez sim) ou continuar esperando por uma recuperação.

Como já comentei no item 3, mercado de ações é um mercado de risco e não oferece garantia nenhuma de retorno. Aceitar que nem sempre se alcançará a valorização buscada e que não será possível acertar e lucrar sempre é fundamental. Mais do que isso, é o passo zero!

Hoje é muito comum os investidores definirem estratégias de stop para compra e venda das ações, para ficarmos em um exemplo simples de limites e estratégia inteligente de precaução para não comprometer os resultados.

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Conclusão

Interessa frisar o mais importante: o investidor deve ser alguém que saiba o que quer a partir de seus investimentos, que mantenha sempre a preocupação em olhar as suas decisões com muita simplicidade e que tenha uma estratégia clara para comprar e vender ativos.

Tudo o que depende de diversos acontecimentos e decisões de terceiros cercadas de muitas especulações costumam sinalizar perigo de manipulação. Cuidado com as recomendações!

Se na maioria das decisões da vida o simples acaba apresentando os melhores resultados, nos investimentos a regra não é diferente. Dê passos mais curtos, mas conhecidos, firmes e sempre adiante; caminhe procurando tomar as decisões com sensatez, mas sem esquecer que arriscar também faz parte do negócio.

Foto “Stock trader”, Shutterstock.

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