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Dinheirama Entrevista: Louis Frankenberg, Professor e Consultor de Finanças Pessoais

por Conrado Navarro
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Dinheirama Entrevista: Louis Frankenberg, Professor e Consultor de Finanças Pessoais

O Dinheirama completou 7 anos em 2014 e consideramos nossa história bastante rica e duradoura dentro do universo de educação financeira. Pois trata-se de pouquíssimo tempo, muito embora essa área tenha ganhado mais força depois da estabilidade econômica.

Digo que é pouco tempo porque existe uma pessoa muito especial que trabalha com planejamento financeiro há 40 anos. Falo do amigo e Professor Louis Frankenberg, com quem conversei sobre educação financeira no Brasil. Louis é Diretor da empresa de assessoria e consultoria financeira e patrimonial Personal Financial Planning e Sócio-Diretor dos sites financeiros www.financenter.com.br e www.drprevidencia.com.br.

Louis é Formado em Economia (no exterior), Ciências Contábeis e Atuariais (no Brasil) com pós-graduação na Suíça, Holanda, Estados Unidos e Argentina a respeito de Mercado Acionário, Mercado de Capitais, Investimentos Imobiliários, Seguros de Vida, Fundos de Investimento, Fundos de Previdência e voltados à pós-aposentadoria, finanças comportamentais etc.

Fundador e 1º presidente do IBCPF – Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, é também diretor executivo de Planejamento e Finanças Pessoais da ANEFAC – Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.

Louis é autor dos livros: “Seu Futuro Financeiro” (1999, Editora Campus/Elsevier, 15ª edição), “Guia Prático para Cuidar do seu Orçamento – Viva Melhor sem Dívidas” (2002, Editora Campus/Elsevier, 6ª edição), “Administre Seu Dinheiro” (2005, (livro-cartilha para as classes C, D e E) e “Sucesso e Independência – Família, Carreira e Finanças para Toda a Vida” (2007, Editora Campus/Elsevier, 1ª edição).

Confira como foi nosso papo:

Prof. Louis, você é um dos precursores da educação financeira no Brasil, já atuando há muitas décadas com o tema. Diante de tanta história e contato com pessoas e seus problemas financeiros, o que mais marcou essa trajetória?

Louis Frankenberg: Abri minha consultoria e assessoria em 1974, após sair do Banco Itaú como um dos sete Gerentes Gerais do grupo, portanto fazem 40 anos. É muito tempo e devo ter tido neste interim muitas experiências que me marcaram. Uma delas foi concluir que a absoluta maioria das pessoas pensam apenas no tempo presente e não no dia de amanhã e depois de amanhã.

Outra é ver como são poucas as pessoas que tentam criar um pé de meia para os dias de chuva (nós o denominamos de “Reservas”). O pensamento geral é “Quero viver hoje”.  Observei ainda que muitas pessoas não têm absolutamente nenhuma prioridade de vida pela qual lutam para conquistar este seu ideal ou ideais. A exceção é um automóvel para mostrar quão bem de vida estão, mesmo devendo 90% do carro para o banco ou financeira.

Ainda que com diferentes planos econômicos e moedas, podemos dizer que os problemas são basicamente os mesmos desde que você começou a trabalhar com consultoria, ou seja, que são questões essencialmente humanas, antes de serem problemas financeiros? Como lidar com isso?

L. F.: Sem dúvida que são problemas humanos e são amplamente estudados na Psicologia Econômica. Quando fiz o curso de Psicologia Econômica de pós graduação na PUC, com a Professora Vera Rita há 3 anos, comprovei que quase tudo que eu dizia e interpretava até então em relação aos problemas financeiros das pessoas eu já aplicava quase que naturalmente (sem saber que a minha interpretação estava correta e de acordo com o comportamento das pessoas).

Ainda com mais ênfase, quero acrescentar à sua pergunta e dizer que a gente tem de “gostar de fato” e ter “muita empatia” para com as pessoas, nossos clientes, só assim vamos conseguir enxergar seus reais problemas e acertar na solução que, eventualmente, podemos lhes dar.

Ouvir muito, como escrevi como sendo um dos meus “32 Princípios” (convido o leitor a baixar o material gratuito clicando aqui) é fundamental para entender dos desejos de cada ser humano. Convidar o cliente e sua companheira(o) para uma entrevista é algo bastante importante para entendê-los.

O que podemos dizer para o leitor que está interessado em buscar mais qualidade de vida, liberdade e conquistas com o apoio do dinheiro?

L. F.: Saber muito bem o que querem por já terem refletido muito a respeito, quais são seus grandes objetivos de vida (pode-se usar também “prioridades”) no médio e longo prazo. Devemos saber antecipadamente que não dá para ter tudo ao mesmo tempo, e talvez nunca conseguiremos tudo, portanto deve-se fazer escolhas (o que vem em 1º, 2º, 3º lugar etc.).

Eu mostrei um quadro da Liberdade no CONEFIN, Congresso de Educação Financeira do qual participamos juntos. Para mim liberdade é, por exemplo, quando alguém pode mandar seu chefe para aquele lugar sabendo que vai ser despedido! Isso significa que essa pessoa se preparou financeira e psicologicamente para isto. Isto é liberdade. Lutei a vida inteira para conquistar este tipo de liberdade (e consegui).

De acordo com a sua experiência, existe uma maneira mais eficaz de propagar e apresentar a educação financeira e a necessidade de respeitarmos nosso dinheiro e planejarmos nossas finanças?

L. F.: Acredito que cada ser humano deve descobrir sua própria maneira de conquistar o conhecimento e educação financeira. Acredito que ter uma feroz vontade e determinação de entender o melhor possível do assunto é essencial. Também ter absoluta certeza de que não existem refeições grátis e de que negócios fabulosos não existem.

Daí eu continuar a dizer que se pode definir planejamento financeiro com uma palavra: diversificação. A falibilidade de negócios e investimentos é uma realidade e o ditado que diz “quanto maior o salto, maior a queda” é absolutamente verdadeiro no mundo incerto e volúvel em que vivemos. O que é bom hoje pode não ser bom amanhã!

Quais os principais investimentos que devem ser considerados hoje, principalmente para quem quer começar sua construção de patrimônio, se levarmos em conta nossa perspectiva econômica? Essa é uma dúvida bastante frequente de nossos leitores.

L. F.: Esta pergunta é difícil de responder. Continuo dizendo até hoje que a gente deve começar a ter uma conta de poupança em nosso país de, quem sabe, R$ 20.000,00 antes de pensar em outros investimentos. Aos poucos a gente deve ir diversificando, mas tudo dependendo do capital que se consegue acumular aos poucos e após satisfazer as necessidades básicas. E tudo isso ainda depende da idade e tantos outros fatores – uma aula completa a respeito levaria uma hora de conversa (risos).

Importante é que deve-se ter paciência e não se deixar impressionar por cabeçalhos de jornal e jornalistas que não tem a mínima experiência e qualificação em avaliar o verdadeiro valor de cada investimento.

Deve-se ter muito cuidado com quem não tem compromisso com a volatilidade e a quantidades de crises que ocorrem na vida de qualquer pessoa (crises financeiras pessoais, familiares, profissionais, crises endêmicas ou periódicas de quaisquer outras origens dentro do nosso próprio país e internacionais com reflexos aqui).

Prof. Louis, muito obrigado pela disponibilidade e excelente entrevista. Parabéns por seu trabalho, uma inspiração para nós. Por favor deixe uma mensagem final para nosso leitor interessado no tema e também formas de contato com seu conteúdo, livros e trabalho.

L. F.: Desejo que você e seu ótimo Dinheirama consigam convencer as pessoas, especialmente os mais jovens, a terem absoluta certeza de que 90% das conquistas dependem delas mesmas e apenas 10% da sorte. Quando a gente se encontrar novamente vou te explicar melhor minha teoria a respeito e publicamos algo novo. Parabéns pelo trabalho. Forte abraço e até a próxima.

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