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A Nova Orientação Econômica de Dilma 2.0

por Alvaro Bandeira
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Presidente Dilma quebra a tradição do 1º de maio

Finalmente os novos ministros da área econômica foram nomeados. Mas calma, ainda não temos a data da posse. Temos uma situação no mínimo suis generis. Uma equipe demitida faz tempo e outra que ainda não assumiu definitivamente. E é bom que isso ocorra para não contaminar quem entra com os péssimos resultados da “nova matriz econômica do ministro Mantega”.

Fato é que os novos ministros foram confirmados e são profissionais de grande currículo e o que é melhor: conhecem os meandros do poder público e vão precisar muito disso, num governo que nasce fragilizado pela fragmentação da base de apoio político e com muitos escândalos que podem ter desdobramentos graves e insuspeitos.

No plano econômico, o governo 2.0 de Dilma ao convidar Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini para o Banco Central (com nova roupagem); rasgou todos os discursos de campanha e admitiu que a economia tem que ser reconduzida para rumos corretos. Escolheu as pessoas certas para isso, sem dúvida alguma. Porém, existe o perigo do que estamos chamando de inconsistência temporal.

Essa inconsistência temporal pode ser resumida da seguinte forma: as metas surgirão de forma gradual para ajustar a economia, e não são exatamente amigáveis. Essas medidas não garantem bons resultados no curto prazo (algumas até trazem efeitos) e vamos seguir coletando resultados ainda sofríveis. O PIB não vai crescer, a inflação não vai cair muito, o desemprego pode piorar, alguns programas sociais sofrerão contingências, etc. Aí, inevitavelmente surgirão questionamentos. Ainda ficarão outros curtos-circuitos, como o Petrolão e todos os desdobramentos da corrupção no país que correu solta por muitos anos. A presidente tem obrigação de minorar os efeitos do loteamento de seu governo pela base aliada e punir severamente os “malfeitos”.

Assim, a presidente tem o dever de bancar as mudanças e silenciar o núcleo duro que a acompanha por anos, inclusive daqueles políticos e assessores que têm o acesso franqueado de seu gabinete. Há um prazo para maturação dessas medidas, e nesse intervalo não pode haver burburinho. Igualmente não deve ser permitida a adoção de atalhos que tragam riscos ao projeto de ajuste. O bom para que isso ocorra pode estar, curiosamente, na postura do ex-presidente Lula, ajudando a domar a turba petista, já que ele é fiador da ascensão dessa nova equipe econômica.

Da coletiva dos novos ministros restou muita prudência e contrição nos pronunciamentos. As perguntas formuladas por jornalistas (foram limitadas a somente seis) também não foram respondidas na essência, mas ficaram as declarações de fazer superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 e acima de 2,0% para os dois anos seguintes. Certamente é insuficiente para domar o crescimento da dívida bruta, mas já é alguma coisa frente ao superávit zero de 2014, ou mesmo a possibilidade de déficit (até aqui em R$ 11 bilhões).

Os três ministros têm muito por fazer e têm que permanecer fortes por todo o tempo. Só assim o Brasil terá sucesso na recondução da política econômica, atração de investidores, ampliação dos investimentos em relação ao PIB, concessões bem sucedidas, aumento da produtividade, maior competitividade e retorno ao radar dos investidores, com transparência de contas públicas e políticas, marcos regulatórios mantidos e preparando o futuro do crescimento e desenvolvimento econômico.

Resumindo, os nomes são ótimos, mas isso por si só não é suficiente. A presidente terá que manter a carta branca aparentemente concedida aos novos ministros e calar as vozes contrárias, evitando as cascas de banana colocadas no caminho. Não será fácil, mas tem que ser feito.

Joaquim Levy também falou sobre o uso do mercado de capitais para fazer o país crescer. Nesse ponto somos céticos, na medida em que vários outros ministros falaram sobre isso, mas não saíram do discurso para a prática. Como não teremos mais o BNDES tão ativo (seus recursos serão contingenciados), teremos chance para colocar isso em prática.

O ano de 2015 será de ajustes, mas pode ser também uma boa chance para constituição de posições de longo prazo em ativos de risco. Acesse o site da Órama e conheça boas opções de investimento para todos os perfis de risco.

Foto: A candidate for the presidency of the Republic of Brasil Rousseff during her campaign speech, Shutterstock

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