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Mentiram para você: o impossível é apenas uma lenda

por Bruno Perin
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Mentiram para você: o impossível é apenas uma lenda

Eu tinha um chefe muito louco, daqueles caras cativantes, cheios de energia e ideias. Um dia foi marcante para mim, daquelas grandes lições você tem em algo bem simples.

Era 5 de outubro de 2011, aquela loucura de final de ano em São Paulo, um tempo gostoso daqueles que não é nem muito quente, nem muito frio e as pessoas se cumprimentam apenas falando: “Clima gostoso, né”? Isso praticamente já faz tudo começar bem.

Porém, esse era o dia que viria falecer a lenda, ele mesmo, Steve Jobs. Um dos caras mais audaciosos da história encerraria suas atividades naquele dia. Eu não sou um grande fã do temperamento dele, ou mesmo da forma como ele conduziu a Apple internamente, mas ninguém pode negar sua ousadia e coragem, além da genialidade de sua percepção. De qualquer forma, ele era o cara!

Foi um tsunami de notícias, documentários, homenagens e tributos a Jobs. Porém, algo estava em alta naquelas primeiras horas também, e por sinal era a grande questão do momento: quem seria o próximo Steve Jobs?

Era fim da manhã e meu ex-chefe chegou na empresa, com um olhar astuto, depois das suas reuniões, abriu a porta e falou para o pessoal: “Vocês viram o que aconteceu”? Um colega meio tímido respondeu: “Steve Jobs morreu” (naquela duvida de será que era isso que ele esperava ouvir?).

O meu ex-chefe retrucou rapidamente, sem respirar: “Isso é o fato”. Aumentando o tom de voz, ele subiu em cima da mesa (sem tirar o que tinha lá em cima) e gritou: “Venham todos aqui”!

Quando chegamos na sua sala, ele olhou e comentou: “Que o Steve faleceu, essa grande figura e nome do mercado, isso vocês já estão sabendo, mas o que aconteceu também é que agora todo mundo quer saber quem será a próxima empresa que vai desafiar o mercado e lançar as tendências. Será a Apple mesmo ou algum outro personagem vai aparecer, com uma nova organização visionária”?

Todo mundo ficou atônito, parecia aquela apreensão clássica de final de novela, quando todo mundo quer saber quem matou quem. O pensamento coletivo era: “Será que já comunicaram isso? O que não captamos”?

Foi então que ele disparou, com uma convicção impermeável: “Nós seremos esta empresa”.

Acredito que a galera não soltou gargalhadas porque ele era o chefe. Sim, ficamos com medo de uma demissão por justa causa (não pode se engasgar de rir da cara do seu patrão, não é mesmo?). Percebendo ou até prevendo isso, ele falou uma das frases mais importantes que guiaria a minha vida: “Quem pode provar que não”?

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Eu não lembro tão bem de como foi o resto do discurso, talvez porque esse questionamento tenha feito tanto sentido para mim, que simplesmente parei de prestar atenção ao resto. Eu me senti do mesmo jeito que crianças quando aprendem a caminhar. Algo tipo “Aha, então é assim”

Eu sempre fui uma pessoa que desafiou limites, até uma frase que sempre usava era: “O céu é o limite apenas para quem não conhece o espaço”. A ousadia sem fez parte de mim, mas eu tinha um pouco de medo das coisas tão grandiosas, do que os outros pensariam, se seria possível e por aí vai. Você já se sentiu assim?

Aquela frase, naquele momento, foi o estalo que eu precisava e minha mente começou a martelar algo interessante: eu não posso provar que meu chefe não vai conseguir! Se ele tomar as atitudes, dedicar-se e fazer coisas incríveis, ele pode mesmo criar a empresa substituta da Apple. Isso depende muito mais dele do que da minha opinião (ou da sua ou de quem quer que seja).

O impossível não existe, e esse foi o insight daquele momento. A opinião dos outros como barreira não faz diferença alguma a partir daquilo que você realmente acredita. Milhões de pessoas até aquele dia tinham “esquecido” de pensar em limitações e regras para dar um impulso na humanidade.

Eu fico pensando em Santos Dumont: “Ops, foi mal galera, esqueci que era impossível voar”. Ou ainda Willis Carrier, inventor do ar-condicionado (um herói para nossa realidade hoje) dizendo algo tipo: “Ah, que saco, foi mal, eu não sabia que não dava para criar algo que deixasse o ambiente gelado e gostoso”.

O Walt Disney já dizia que ele gostava do impossível porque lá a concorrência era menor. Grande verdade, porém cheguei a uma conclusão ainda mais intrigante: talvez essa história do impossível seja apenas uma lenda para manter grande parte das pessoas fazendo o comum, enquanto apenas alguns “loucos” alcançam o extraordinário. Será?

Se até então, você não tinha se dado essa permissão de não aceitar o impossível, quem sabe não seja esse o momento?

Deixo você com uma frase que tem norteado muito dos meus dias e crenças, e que talvez seja útil nesse novo momento de pensar: “Somos todos reféns do acaso, mas senhores das nossas decisões”. Eu acredito que o impossível é apenas uma lenda urbana. E você? Até a próxima!

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Foto “Achievment”, Shutterstock.

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