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EAD: fazer um curso a distância realmente vale à pena?

por Isabella Abreu
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O ensino a distância (EaD) tem conquistado espaço e crescido cada dia mais no Brasil. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o número de matrículas aumenta cerca de 18% ao ano. Dados do último censo divulgados pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) apontam cerca de 6 milhões de estudantes matriculados em algum curso de EaD.

Nesse formato de ensino os alunos usam ambientes virtuais, chats, fóruns e e-mails para se conectar com professores e outros alunos e comparecem aos polos apenas para fazer avaliações. Além disso, o EaD é cerca de 30% mais barato que o curso presencial.

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Para Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos, a modalidade é indicada em três casos:

  • Quando a escolha pela formação está relacionada basicamente à aquisição de conteúdo, ou seja, quer se adquirir um conhecimento específico;
  • Quando há impossibilidade ou dificuldade de frequentar um curso presencial – seja porque a pessoa mora em outra cidade, seja porque não conseguiria cumprir os horários do curso;
  • Quando já se atua no mercado de trabalho, já se possui os conhecimentos necessários para atuar profissionalmente, mas, há uma exigência de um certificado ou diploma.

Apesar da mobilidade e flexibilidade que o curso a distância oferece, a especialista ressalta que muito do que se aprende vem também da troca de ideais e experiências entre os alunos e, por mais que existam fóruns e salas de bate papo, na modalidade online essa interação é menor.

“Se além do conteúdo específico, o profissional busca ampliar sua rede de contatos e seu repertório de experiências, o curso presencial é o mais indicado”, salienta Jacqueline.

Portas abertas?

Antigos alvos de preconceito, os cursos a distância vêm, aos poucos, conquistando a confiança do mercado.

Jacqueline Resch avalia que, embora ainda exista uma ideia de que o ensino a distância não é tão consistente quanto o presencial, a modalidade de curso pode não ser tão relevante, desde que fique claro no processo seletivo que o profissional tem domínio dos conhecimentos e conteúdos transmitidos no curso e consegue aplicá-los na sua prática de modo a entregar os resultados desejados.

Heitor Mello Peixoto, diretor de recrutamento da STATO, afirma que, de maneira geral, o mercado aceita bem os cursos online nas áreas de Humanas, especialmente cursos de administração de empresas e correlatos.

“Em muitos casos, não há diferenciação no diploma e o recrutador só vai saber se o curso é online ou presencial se fizer esse questionamento ao profissional. Já nas áreas de Exatas e de Saúde a aceitação é menor, pois essas áreas exigem aulas em laboratórios presenciais para aprendizado de certas práticas”, explica Heitor.

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Para Lucia de Almeida, da consultoria MSA RH, a valorização de uma formação a distância está vinculada a alguns aspectos importantes do mercado regional. Exemplo disso são as diversas áreas remotas no Brasil, onde existem grandes empresas instaladas, que carecem de cursos de graduação e a saída está em formações à distância, trazendo maior qualificação aos profissionais locais e sendo competitivos com profissionais de outras localidades.

“No entanto, se o profissional está em uma cidade com acesso à universidade, é preciso que o motivo pela escolha desta modalidade de ensino seja muito embasado. As empresas tendem a optar por profissionais com uma formação mais tradicional”, ressalta Lucia.

De acordo com especialistas, outros fatores como o perfil do candidato e o nome da instituição pesam mais para uma vaga de emprego do que a modalidade do curso.

“O que qualifica o candidato é um somatório de coisas: boa formação acadêmica, experiência consistente e perfil comportamental. Cada vez mais vemos que o perfil e o alinhamento cultural com o contratante fazem a diferença no momento da escolha”, avalia Jacqueline Resch.

Responsabilidade e disciplina

Algumas competências desenvolvidas em cursos a distância são destacadas como vantajosas no mercado de trabalho.

Jaqueline Resch explica que, enquanto nos cursos presenciais as competências mais desenvolvidas são aquelas relacionadas ao convívio – capacidade de colaborar, comunicação, trabalho em equipe – nos cursos online, as competências mais requeridas são foco, concentração e disciplina, já que não há como no modelo tradicional professores ou colegas que estimulam ou cobram de uma forma mais direta.

Além disso, Heitor Mello Peixoto, da STATO, avalia que os cursos online também podem desenvolver a liderança, já que essa competência pode ser exercida utilizando-se várias formas de comunicação.

“É o que ocorre nas companhias multinacionais, em que líderes e liderados muitas vezes estão em países diferentes e se comunicam predominantemente de maneira online”, diz Heitor.

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Uma boa estratégia para usar isso a seu favor é enfatizar esses pontos numa entrevista de emprego. A dica é contar as experiências positivas que o ensino a distância trouxe para a sua vida e o quanto ele contribuiu com seu desenvolvimento pessoal.

Capacitação profissional

Os cursos online também podem ser grandes aliados na capacitação profissional. Cursos de idioma, de qualificação, aulas complementares, vídeos… São inúmeras as opções disponíveis na internet.

No entanto, é preciso ter cuidado na hora da escolha. “É importante atentar para a instituição que oferece o curso, verificando se a marca tem credibilidade no mercado”, diz Jacqueline Resch.

Segundo a especialista, quando o curso é oferecido por uma instituição de credibilidade, a aceitação pelo mercado é maior. “Um exemplo é o Coursera, uma plataforma de ensino que realiza parcerias com as universidades e instituições de ensino em todo o mundo para oferecer cursos online”, destaca.

Veja abaixo uma lista de cursos disponíveis:

Cursos de idiomas

  • News in slow spanish: Apresenta episódios e notícias em espanhol para o aluno ampliar o vocabulário e treinar o idioma;
  • Learn English Online: Oferece mais de 56 lições, desde o nível iniciante ao intermediário, além de dicas de pronunciação. Além disso, é possível conversar com outras pessoas que fazem o curso, por meio do fórum oferecido pelo site, e tirar dúvidas;
  • BBC Languages: Reúne 40 opções de idiomas para aprender gratuitamente. Oferece vídeos, áudios, vocabulário, gramática, atividades e testes para todas as línguas;
  • Busuu: Oferece cursos com exercícios, conversação, testes e outros materiais nos idiomas inglês, alemão, turco, árabe, italiano, japonês, francês, polonês, russo e espanhol;
  • Okatu Project: Disponibiliza um roteiro de estudo sobre japonês, o alfabeto e aspectos da gramática, além de um espaço para dúvidas, sessão de livros e downloads.

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Cursos de qualificação

  • Fundação Getúlio Vargas: Oferece cursos para cada momento da carreira: cursos de atualização, graduação, aperfeiçoamento e especialização/MBA;
  • FGV Ensino Médio Digital: Espaço especial para alunos e professores do Ensino Médio, com reforço de conteúdo e preparação para o ENEM;
  • SENAI: Cursos de iniciação no mercado de trabalho, como educação ambiental, empreendedorismo, legislação trabalhista, segurança no trabalho, TI e comunicação e propriedade intelectual;
  • SEBRAE: Oferece cursos gratuitos que podem ser acessados pelos perfis “Quero Empreender”, “sou micro empreendedor”, “tenho micro empresa”, “tenho empresa de pequeno porte”, ou por temas: empreendedorismo, planejamento, finanças, pessoas, organização, leis e normas, mercado, operação, inovação;
  • Instituto Legislativo Brasileiro (ILB): Treinamentos gratuitos e de curta duração oferecidos pelo Senado e voltados para servidores da Casa, funcionários de outros órgãos públicos e cidadãos de todo o país. Os temas são variados e tratam do Poder Legislativo, do orçamento, da administração pública e de política.

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