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Quem se endivida, não cresce. Você acredita nisso?

por Renato De Vuono
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Quem se endivida, não cresce. Você acredita nisso?

Eu cresci ouvindo que “quem não se endivida, não cresce”, ou “quem não financia, não conquista nada”. As palavras talvez não sejam exatamente isso, mas você pegou a ideia.

Assim, até determinado ponto de minha juventude, acreditei que o caminho “normal”, era carregar umas dívidas vitalícias para poder “ter as coisas”.

A frase faz mais sentido quando trazemos para o mundo corporativo. Sem dúvida, no caso de empresas, a alavancagem muitas vezes faz parte do negócio, mas, após ser feita uma análise minuciosa de Retorno x Risco e, claro, onde a rentabilidade seja maior do que a taxa do dinheiro tomado.

Esse quadro, no âmbito “pessoa física”, tem probabilidade praticamente nula. Para você conseguir rentabilidades superiores as taxas dos empréstimos pessoais, a não ser que você seja um gênio da análise gráfica, é uma tarefa que beira o impossível (além de muito arriscada).

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Falácia secular

Como nossa economia é, sob muitos aspectos, sustentada pelo consumo e, por consequência, muitos segmentos dependem de forma intrínseca do financiamento, principalmente o imobiliário e o automotivo, endividar-se sempre foi um comportamento socialmente aceito e estimulado.

Embora vejamos frases cheias de boas intenções como “crédito consciente” faladas pelos bancos, a verdade é, banco vive de emprestar dinheiro. Por isso “crédito” e “consciente” na mesma frase, é no mínimo, uma piada de mau gosto.

O que pouca gente para pra pensar é que, é possível ter MUITO mais se você não se endividar. Aqueles que esperam o bolo crescer para comê-lo, via de regra, ficam com o melhor da festa.

A lógica dos juros compostos é muito simples: quanto menos você mexe no dinheiro, mais regulares são os aportes, e mais longo o período, maior é o resultado final.

No entanto, se além de não conseguir “poupar”, ainda está pagando juros, a perda é dupla, por mais que isso signifique a aquisição de um bem.

O inverso também é verdadeiro: ao deixar de pagar juros para poupar e investir, o ganho é, de certa forma, duplo: além de ganhar com seus investimentos, você deixou de perder.

Isso, aliado ao tempo, faz o dinheiro ganhar força através da “mágica dos juros compostos”. Do contrário, sem mágica.

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Não existe uma única verdade

É muito mais confortável acreditar em verdades prontas e simplesmente seguir a manada. É a máxima de: “sempre foi assim e vai continuar sendo, desde meu avô, meu pai, todo mundo passou por isso”.

Talvez muitas das pessoas que pagaram financiamento imobiliário a vida inteira, ou compraram carro zero a cada 2 anos (financiando a diferença e perdendo de 10% a 20% ao retirar o carro da loja), poderiam ter conquistado muito mais do que conseguiram.

Sim, eu sei que já falei que “nem sempre precisamos de mais”. Porém meu ponto é o desperdício de energia e dinheiro pela resistência a mudança.

Imagine. Num financiamento de 30 anos você trabalhará durante uma vida para pagar juros, e enriquecer ainda mais quem já é muito rico.

Esse dinheiro não ficaria muito mais bonito no seu bolso? No meu eu tenho certeza que sim. E é impressionante a quantidade de oportunidades que aparecem para multiplicá-lo, pelo simples motivo de haver liquidez.

Não pense você que não invisto no mercado imobiliário, mas jamais faço isso me endividando.

Compro terrenos em cidades pequenas, onde ainda é possível fazer com pouco dinheiro, e ter um bom retorno em prazos relativamente curtos. No entanto, isso é apenas uma parte pequena do meu portfólio.

Se eu tivesse trilhado o caminho pisado, provavelmente estivesse limitando bastante o crescimento do meu patrimônio e minhas opções de investimento.

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A outra verdade

Pois é, a verdade vai para ambos os lados. Pode ser que para você faça sentido a dívida, e ainda assim, consiga amealhar um bom patrimônio. É mais trabalhoso, mais penoso, mas não é impossível.

A realidade de cada um é muito distinta. Inclusive a realidade de cada lugar desse mundo enorme. Então, não tornemos isso pessoal. A questão é que, na média, o endividamento das famílias lhes tira a chance de enriquecer.

Ter 30% de sua renda comprometida com a compra de um imóvel, pode parecer pouco, mas não é. Sem contar que, na maioria dos casos, esse percentual é muito maior, já que comprovação de renda nem sempre é fidedigna.

Custos acessórios pesadíssimos são desconsiderados, como impostos (ITBI, IPTU e custos cartoriais), seguro, manutenção, depreciação e, quem compra imóvel na planta, quase sempre se esquece do enorme gasto com a reforma inicial e mobiliário.

Então, no geral, as famílias estão pagando um preço muito alto por simplesmente manterem viva a ideia de que, sem parcelas não há conquistas. Fico aqui pensando, que pena que a cultura não tenha deixado o ensinamento de que “quem não poupa, não conquista”.

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A sua verdade

Como de costume, gosto de reforçar: não há certo ou errado. A decisão a ser tomada tem que ser sua, baseada nos seus valores e naquilo que faz sentido para você.

Não estou aqui para dizer o que fazer, mas para oferecer mais subsídios para que tudo seja pensado e repensado nesse caminho longo da vida.

Temos o péssimo hábito de decidir as coisas por impulso, ou na simples inércia cultural que nos empurra a ir pelo caminho comum. O mercado ama isso.

Vendedores são treinados exaustivamente para nos pegar nesse “exato momento”, quando, não estamos usando a razão. Já notou como eles não querem lhe dar tempo para raciocinar?

Sim, quem pensa bem, normalmente não compra. Vendedor quer emoção! Quanto mais emoção, mais venda, mais dinheiro para ele e, mais endividado o consumidor fica.

Conclusão

Assim, nessa minha humilde jornada, lhe convido que use tudo isso a seu favor. Use a cautela e a razão para tomar suas decisões financeiras. Vá para casa, “durma no consumo”, espere passar alguns dias, ou até muitos deles, e depois volte ao assunto.

Não se deixe levar pela velha conversa de “é hoje só”, “oportunidade única”, “última unidade”. Se for esperto, vai perceber que é mais de uma de um extenso repertório de vendas, feito para fazer o consumidor comprar, e não pensar.

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Fica o convite: quando o assunto for seu bolso e as finanças de sua família, reflexão pouca é bobagem. Pense muito! Concorde você ou não comigo sobre endividar-se, tenho certeza que em uma coisa estamos alinhados: com dinheiro não se brinca.

Que você tenha uma vida plena, próspera e uma mente em paz com suas escolhas. Um abraço e até breve!

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