Home Finanças Pessoais Cometemos erros financeiros similares aos que nossos pais praticaram

Cometemos erros financeiros similares aos que nossos pais praticaram

por Ricardo Pereira
0 comentário
Cometemos erros financeiros similares aos que nossos pais praticaram

O começo do ano é sempre uma oportunidade única para repensar alguns pontos de nossas vidas.

É hora de analisar oportunidades, de ouvir amigos e procurar conversar com pessoas que confiamos. É um momento especial, onde a calmaria predomina, e os pensamentos e projetos podem ser organizados.

A última semana foi bastante intensa para mim, para aproveitar justamente a calmaria, fizemos uma mudança, saindo de um apartamento para uma casa.

No dia da mudança, tive a chance de conhecer um rapaz, que trabalha na empresa que contratei para ajudar a transportar meus móveis. Nas pausas entre as atividades, tivemos a chance de conversarmos.

Ele está a pouco tempo em São Paulo. Morava em Balneário Camboriú (um paraíso na terra, quem não conhece deve conhecer), veio para “Sampa” buscar uma oportunidade de trabalho, visto que a empresa que trabalhava faliu e ele ficou bastante tempo sem emprego.

No final do ano passado, convidado por um irmão, veio para a “Selva de Pedra” e percebeu que poderia não ter emprego, mas trabalho não faltava. Assim, aceitou o trabalho de “ajudante de mudanças”.

Ele percebeu que com um pouco de disposição, tinha jeito para trabalhos manuais e com isso, está conseguindo se manter e já pensa em construir um futuro melhor.

Ele me chamou a atenção para uma questão interessante, e parafraseando a música “Como nossos pais” de Belchior, que foi eternizada pela interpretação da saudosa Elis Regina, soltou a seguinte afirmação “o mundo mudou muito rápido, hoje não podemos procurar trabalho e oportunidades como os nossos pais”.

Na hora, veio um estalo em minha mente e pensei que esse tema seria uma ótima oportunidade de falar sobre o assunto aqui no Dinheirama.

Ebook gratuito recomendado: Riqueza pessoal é possível

Transformações e deficiências de um país sem cultura

Todas as mudanças de uma maneira ou outra, em um primeiro momento acabam sendo traumáticas. A forma como lidamos na hora de planejar as transições é fundamental. Antecipar e tentar fechar as lacunas (problemas) já com soluções é indispensável.

No Brasil estamos distantes de ter uma cultura de educação financeira. A falta de conhecimento nos leva a pedir informação para aquelas pessoas que confiamos e que certamente oferecerão suas melhores experiências. Nesse caso, até por conta da vivência, costumamos buscar o apoio de nossos pais.

O que em um primeiro momento parecia ser o melhor, se torna o início de um grande problema. Afinal, com as mudanças rápidas no país, avanços aconteceram em nossa economia (ao longo da últimas décadas), e aquilo que era natural para quem estava acostumado com o passado (mesmo que recente), nos dias atuais não faz mais sentido.

Leitura recomendada: Aprenda a vender ou a tecnologia vai te engolir (rapidamente)

Décadas de 70 e 80 outra realidade ou mundo

Muitos de nossos pais, nasceram e cresceram no meio das décadas de 70 e 80. Esse período foi marcado por uma série de questões que foram extremamente difíceis, e o centro de tudo foi a hiperinflação.

Naquele período de tempo, o pequeno investidor praticamente só tinha acesso à caderneta de poupança. Aqueles que possuíam um pouco mais de dinheiro, seguiam o senso comum e investiam em imóveis, até como uma forma de se proteger, pois o peso da inflação sobre cimento e tijolos não era tão nefasta.

Vivendo naquele ambiente conturbado e caótico, as pessoas só tinham uma alternativa: gastar e consumir o mais rapidamente possível. Às vezes, os produtos subiam da noite para o dia, ou até no mesmo dia.

Só em 1994, com o advento do Plano Real, a economia do Brasil entrou em um período de “estabilidade” e a partir de então, planejar as finanças passou a ser algo viável.

Mudanças e mais mudanças

As mudanças começaram a acontecer em uma grande velocidade, e com o advento da internet o país se abriu e começou a oferecer uma série de produtos que não faziam parte do conhecimento da maioria das pessoas.

Se hoje em dia o acesso aos bancos é alto, antes pouquíssimas pessoas conseguiam ter a chance de efetivamente trabalhar com bancos e conhecer de perto os produtos que eles começaram a oferecer. Ainda assim, as pessoas continuavam acreditando que investimento seguro era caderneta de poupança ou imóveis.

Leitura recomendada: Passo a passo para trocar a poupança por um investimento melhor

Crescimento econômico

Durante o governo Lula, o país experimentou um crescimento que, analisando hoje, não foi sustentável. As pessoas começaram a consumir com o crédito fácil e caro, e com a melhoria na renda, não passaram a valorizar o crescimento de mesma.

É verdade, existia uma demanda por consumo reprimida, mas o próprio governo se esforçava em apostar no consumo interno e não na formação de poupança como estratégia.

Nesse meio tempo, as pessoas continuavam desinteressadas em conhecer outros produtos para investir, como é o caso do Tesouro Direto, que teve seu início durante esse período.

É hora de mudar e fazer melhor do que nossos pais. Tenho certeza que a maioria deles são dignos de aplausos. São heróis, pois sobreviveram a um país muito mais complicado do que o atual. É claro, as coisas mudam e hoje existem outros problemas como a violência, que está muito mais presente no nosso dia a dia.

Quero apenas chamar sua atenção para o fato que nossos pais cresceram sem nenhum tipo de acesso à educação financeira, diferentemente de você.

Webcurso gratuito recomendado: Tudo o que você precisa saber sobre Tesouro Direto

É seu dever dar um salto em busca da informação e do novo

É o momento de observar a economia e entender as transformações que tem surgido ao longo do tempo, tanto no cenário econômico, quanto no ambiente de trabalho. Inclusive, existem empresas que hoje apostam “no ser e não no ter”, como é o caso do Airbnb, Uber, entre outras.

É importante começar a olhar além do óbvio, experimentar o risco em momentos importantes da vida e perceber que um pouco de ambição é indispensável. Comece devagar, aposte no seu aprendizado, na troca de ideias com a família e amigos próximos, e mesmo que encontre resistências, tenha como principal aliado a persistência.

Conclusão

Todos nós queremos oferecer aos nossos filhos o que não tivemos. Nem sempre essa observação se dá a partir de mais conforto ou posses. Às vezes, o que de fato se precisa, é um ambiente mais voltado para o diálogo e o incentivo ao crescimento e ao trabalho duro.

Talvez, os pais, com as melhores intenções, acabem por cercar e proteger os filhos. Sem querer acabam por travar suas chances de crescer.

Vídeo recomendadoEducação financeira e crianças: o verdadeiro legado para o futuro de nossos filhos

O carinho, o cuidado e o zelo acabam deixando as pessoas extremamente conservadoras, quando em verdade, o sucesso é escrito por aqueles que enfrentam os desafios sem medo de arriscar, de falhar e estarem prontos para recomeçar. Até a próxima!

Sobre Nós

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.  Saiba Mais

Mail Dinheirama

Faça parte da nossa rede “O Melhor do Dinheirama”

Redes Sociais

© 2023 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.