Os preços dos carros no Brasil continuam subindo de forma alarmante, apesar da gravidade da situação econômica e política, confirmando o que tem sido comentado nesta coluna, inclusive quando foram analisadas as perspectivas para 2016.
Nesse sentido, para citar apenas um exemplo entre muitos, a Ford apresentou nesta semana o Fiesta modelo 2017. Entre as novidades está a adoção do moderno motor 1.0 turbo (Ecoboost), mas restrito apenas à versão Titanium. No entanto, o que causou grande espanto foi a divulgação do preço: R$ 72 mil.
Independentemente dos avanços tecnológicos (a Ford alega uma redução de 20% no consumo e de 15% nas emissões), é necessário refletir um pouco mais sobre esse valor estratosférico, principalmente considerando a renda média no Brasil.
Inicialmente, é preciso lembrar que se trata de um carro compacto para os padrões brasileiros (sendo até chamado de “supermini” nos Estados Unidos). Além disso, permanece sendo um Fiesta de sexta geração, cujo projeto remonta ao já longínquo ano de 2007, quando foi apresentado na forma do carro-conceito Verve.
Em resumo, o carro continua sendo um Fiesta que, embora mais equipado, agora custa o equivalente a quase 82 salários mínimos.
Para enxergar de uma outra forma o impacto desse preço, imagine a seguinte situação (meramente ilustrativa). Para comprar o Fiesta Titanium você precisaria juntar R$ 1.000 por mês, sem falta, durante o longo período de 6 anos. Certamente não é algo simples. Isso apenas para arcar com o custo de aquisição. Será que isso faz sentido?
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É claro que o exemplo acima é bastante rudimentar e simplificado, inclusive por não considerar os rendimentos do dinheiro guardado e os reajustes futuros no preço do automóvel. Mas a ideia aqui é colocar a situação em perspectiva e provocar reflexões sobre os atuais valores dos carros no país.
Para efeito de comparação com a realidade no exterior, caso você tenha curiosidade, este vídeo mostra os preços dos carros usados nos Estados Unidos, incluindo desde populares como o próprio Fiesta até carros superesportivos.
Além da análise quanto ao preço de compra, sempre fica o alerta para que o planejamento financeiro também leve em conta toda a Estrutura de Preços dos Carros no Brasil (clique para ler). Aliás, nesse artigo escrito em 2012, eu ilustrei todos os impactos financeiros de um carro, ao longo do período de 4 anos, baseando os cálculos em um Honda Civic LXS 2012. Agora repare que, na época, esse carro (de um padrão evidentemente superior) custava cerca de R$ 70 mil.
Diante desse cenário, percebe-se que os desafios para os consumidores crescem exponencialmente no Brasil, ainda mais com alta da inflação e também com os juros e dólar em patamares elevados.
Se você pretende comprar ou trocar de carro nesse contexto, torna-se essencial um planejamento consistente envolvendo a seleção de um carro de qualidade adequado ao seu perfil, respeitando a sua capacidade financeira.
Para colaborar nesse processo convido você a conhecer o meu livro digital, o “Como Escolher o seu Carro Ideal” (clique agora para conhecer), que traz um roteiro bem completo com os passos fundamentais para uma decisão de compra consciente.
PS: Para ajudar você também a controlar melhor os gastos crescentes com seu carro no dia a dia, eu também elaborei uma planilha completa e de fácil preenchimento, que pode ser baixada (gratuitamente) no seguinte link: → http://bit.ly/PlanilhaCarro
Obrigado pela atenção, um forte abraço e até a próxima!
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