Após a forte alta de 2,7% do Ibovespa (IBOV) na última sexta-feira (14), que alçou o índice aos 128.218 pontos, o benchmark continua a subir nesta segunda-feira (17). Há instantes, a valorização chegava a 0,93%, aos 129.406 pontos.
Segundo o Itaú BBA, a Bolsa superou três regiões importantes de resistência no último pregão. A primeira foi a linha de tendência de baixa desde agosto de 2024. A segunda foi a média móvel de 200 períodos e, a terceira, a resistência de curto prazo em 127.400 pontos.
Com isso, o mercado estaria livre para mais um movimento de alta com próximos objetivos 130.900 e 137.469
pontos. O último é o nível da máxima histórica.
Os analistas Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta destacam que “a aeronave Ibovespa foi autorizada a decolar”.
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“Foi como se fosse a torre de controle tivesse dado a autorização para a aeronave na pista. O Ibovespa já havia entrado em alta em 30 de janeiro ao superar os 125.400 pontos. Porém, a partir de agora, se não tivermos nenhum problema, o avião deve seguir sua viagem rumo ao seu destino 137.469 pontos, com uma possível parada na região dos 130 mil”, afirmam.
Para o BB Investimentos, o movimento de alta pode sinalizar maiores expectativas em relação ao crescimento dos lucros na temporada de balanços em curso, ou mesmo uma eventual percepção de que as taxas de juros podem ter uma curva descendente mais forte a partir de 2026, o que, se concretizado, tende a favorecer o investimento em ações.
A curva de juro perdeu mais a inclinação nesta manhã, dando continuidade ao movimento de sexta, quando as taxas caíram, refletindo o apetite por emergentes e a pesquisa Datafolha mostrando queda da aprovação do governo Lula ao menor nível nos três mandatos. O mercado monitora o andamento da pauta do governo no Congresso diante da perda de popularidade.
Já os vencimentos curtos operam estáveis, mostrando efeito limitado da queda do IBC-Br de dezembro. Além disso, o Boletim Focus mostrou desaceleração nas projeções para IPCA em 12 meses.
“O índice teve suas médias de curto prazo (5 e 10 períodos) cruzadas para cima no gráfico semanal, além de IFR e MACD indicando compra. No diário, vemos o cruzamento da média móvel de 200 dias (MM200) como possível gatilho de apetite a risco no médio prazo, movimento que precisa ser confirmado nos primeiros pregões da semana”, explica a corretora em um relatório.
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Aprovação de Lula em queda
“A notícia trouxe grande repercussão no mercado, que já desacredita no compromisso firme com o fiscal e acabou trazendo forte movimento positivo na sexta-feira. Ainda é cedo, mas mercado já vai buscando entender e antecipar o cenário para as eleições de 2026”, afirma Matheus Amaral, analista do Inter.
A aprovação do governo do presidente atingiu o pior índice de seus três mandatos à frente do Executivo.
Em dois meses, a popularidade registrada pela pesquisa Datafolha caiu de 35% para 24%, no resultado divulgado na sexta-feira, 14. Entre os católicos, o governo Lula foi considerado “ótimo ou bom” por 28% – em dezembro de 2024, eram 42%.
A aprovação dele entre evangélicos também diminuiu no período: passou de 26% para 21%. O levantamento entrevistou 2.007 eleitores em 113 municípios do Brasil nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2025.
A pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 27 de janeiro indicou rejeição mais expressiva dos evangélicos ao presidente, com o grupo entre os que menos aprovam seu desempenho na gestão atual.
Nesse recorte, 37% avaliaram Lula positivamente, e 59% rejeitaram o petista.
O crescimento desse grupo demográfico pode representar uma ameaça a uma eventual reeleição de Lula. É o que aponta levantamento da empresa de gestão de ativos Mar Asset Management, que projeta que os evangélicos devem representar 35,8% da população brasileira em 2026, quando ocorre o próximo pleito.
(Com Estadão Conteúdo)