Os investidores globais estão correndo para ajustar as taxas dos títulos após o discurso de Jerome Powell nesta sexta-feira (1º).
A queda no dólar vai na mesma direção, sinalizando uma interpretação de fim do ciclo de alta no juro.
O economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, escolheu três frases que podem ajudar a entender o tom dos comentários:
1 – O Fomc se move com cuidado enquanto os riscos se tornam mais equilibrados.
2 – A taxa da política de juros está “bem em território restritivo”.
3 – Estamos no caminho para atingir os 2% de inflação sem grande perda de emprego.
As declarações apontam para um cenário de riscos mais equilibrados, sugerindo que, dadas as defasagens das anteriores elevações das taxas, a discussão sobre possíveis cortes de juros torna-se provável do que novos aumentos.
Surpreendentemente, Powell, que foi um dos membros mais inclinados à restrição em 2023, não abordou a recente queda nas taxas de juros de mercado, nem o alívio nas condições financeiras.
Corte de juros
Borsoi observa que embora o mercado já esteja se antecipando à discussão sobre cortes de juros, a ausência de críticas de Powell, aliada às posturas mais dovish de outros diretores do Fed, como Loretta Mester, sugere que a conversa sobre o timing para redução das taxas está em andamento.
A falta de negação dos discursos anteriores pelos dirigentes do Fed e a percepção de uma iminente desaceleração econômica, decorrente dos aumentos anteriores nas taxas, contribuem para a crença de que a discussão sobre o início dos cortes de juros está ganhando destaque nos mercados financeiros.