Ciro comenta: “Navarro, já ouvi muita gente falar sobre independência financeira. Já estudei o assunto, fiz alguns planos e os coloquei em prática, mas a minha realidade é que estou com 44 anos de idade e longe de não depender de meu emprego para viver. O que posso estar fazendo de errado? Obrigado”.
A independência financeira é algo sonhado por muitos, mas alcançado por poucos. Quem não deseja chegar num estágio da vida em que não precise mais se preocupar e depositar quase todas as suas energias para conseguir uma boa renda?
A verdade é que muitas pessoas traçam um planejamento pensando nisso, mas as coisas simplesmente saem do controle com o passar do tempo. Os anos passam e o sonho continua distante. Hoje quero discutir com você quatro pontos importantes que, se não forem observados, vão sabotar os seus objetivos.
Sabotador 1: Ausência de disciplina
Este é o primeiro e o mais “clássico” obstáculo no processo de construção de riqueza. Aumentar o patrimônio é algo que requer paciência e constância, e uma das mais importantes ferramentas a ser utilizada é a disciplina.
Se você tem problemas com isso, sugiro que, em paralelo com sua administração financeira, escolha um esporte de sua preferência e utilize-o para exercitar a disciplina na sua vida. Trace metas semanais e mensais e treine diariamente para alcançá-las.
Uma vez adquirida, a disciplina será uma ferramenta útil não apenas para ajudar você a separar todos os meses uma parcela da sua renda para formação do seu patrimônio, mas também para nutrir seu relacionamento familiar, seus negócios, estudos e muito mais.
Leitura recomendada: Disciplina, a solução para enriquecer, emagrecer e viver melhor
Sabotador 2: Falta de acompanhamento seus investimentos
Outro sabotador do seu processo de independência financeira é investir e “abandonar” o seu investimento.
Muitas pessoas me perguntam qual é o “melhor investimento” entre todos os disponíveis atualmente. Eu sempre respondo: conhecimento. A economia e o mundo dos negócios são muito dinâmicos. Um investimento que é ótimo hoje pode ser péssimo mais adiante. E isso realmente acontece!
Por isso é tão importante entender as características dos investimentos que você faz e acompanhar a evolução da rentabilidade e dos riscos associados, pois havendo desvios do plano original, você poderá “manobrar” seu dinheiro para outro investimento mais interessante.
Sabotador 3: Não alavancar os lucros
Você já fez aquela famosa simulação de independência financeira, em uma planilha de Excel ou simulador, para saber quanto dinheiro você precisa poupar e investir por mês, considerando uma rentabilidade fixa nominal de, por exemplo, 1% ao mês?
São muitos anos até chegar ao valor que desejamos, não é mesmo? Esse tempo todo pode ser insuficiente para alguns, mas ainda que seja um bom tempo, por que não o acelerar?
Durante o processo, fique atento às oportunidades de multiplicação de capital que possam surgir. Um terreno em uma região com potencial de valorização, a construção de pequenos imóveis para venda, investimentos em empresas nascentes (startups), operações estruturadas na bolsa de valores, você já ouviu falar disso tudo?
Vou além. Se você tiver o perfil adequado ou quiser fazer algo diferente, considere ainda a criação de um novo negócio, que possa ser mantido preferencialmente em paralelo ao seu negócio atual.
Sabotador 4: Padrão de vida elevado
Deixei por último o campeão dos sabotadores: o padrão de vida. Uma vida cara e fora de propósito é algo muito presente e acontece com muito mais pessoas do que você imagina. Na boa, eu tenho certeza que você conhece alguém que vive assim.
O sujeito aprende a ter disciplina para poupar, investe o dinheiro, acompanha a evolução patrimonial, mas no meio do caminho se rende aos apelos do consumo por pura vaidade, aquela coisa da necessidade de status.
Olhe ao seu redor. O amigo “mete os pés pelas mãos”, adquirindo, por exemplo, um automóvel de alto custo (e depreciação), uma moradia maior do que o necessário, faz viagens caras, usa roupas e acessórios da moda e por aí vai.
E depois? Ele vai precisar de uma renda cada vez maior para cobrir todas estas “despesas vaidosas”, sacrificando assim o processo de enriquecimento, o crescimento do patrimônio; o resultado é simples: a busca por status inviabiliza o alcance da independência financeira.
Esse ciclo cria uma espécie de prisão: a necessidade cada vez maior de geração de renda para manter o padrão de vida sempre crescente elimina o potencial de independência com o suporte do dinheiro.
Conclusão
Alcançar a independência financeira não tem que ser um processo sofrido, com muitas restrições, mas também não é algo brando, cheio de concessões e apenas momentos mágicos. Há, sim, um preço a ser pago. A questão não é tanto se você pode alcançar a independência financeira. Todos podemos. Você está disposto a pagar o preço?
Casa pessoa ou família precisa encontrar o seu ponto de equilíbrio entre gastar e poupar; respeitar essa dinâmica de tal modo que desfrute o presente sem prejudicar o futuro é o “pulo do gato”. É óbvio, não é mesmo?
Você se lembra daquela minha frase bacana? Enquanto você trabalha, eu trabalho. Enquanto você se diverte, eu trabalho. Enquanto você reclama, eu me divirto. Pois é… Um abraço e até a próxima!