Os analistas do Bank of America revelaram as cinco ações do setor elétrico que você precisa ter agora como uma maneira de proteção para o cenário macroeconômico, mostra um relatório enviado a clientes nesta semana.
Os analistas Arthur Pereira e Gustavo Faria apontam que as prediletas são Eletrobras (ELET3), a Copel (CPLE6) e a Energisa (ENGI11).
O documento traz uma perspectiva otimista sobre a capacidade das empresas do setor elétrico de manterem rendimentos de dividendos atraentes e alavancagem controlada, apesar das pressões macroeconômicas e regulatórias.
5 ações em foco
Os analistas destacam quatro áreas principais de interesse: a alavancagem e novas permissões de novos projetos para Equatorial (EQTL3) e Energisa; as eficiências de privatização e rendimentos de dividendos para Copel; a reciclagem de capital e desalavancagem para Neoenergia (NEOE3); e os impactos nos ativos do Rio Grande do Sul e rendimentos de dividendos para CPFL (CPFE3).
“Atualizamos nossas estimativas para incorporar os resultados recentes e novas previsões macroeconômicas, alterando ligeiramente os objetivos de preço, mas mantendo as classificações”, explicam os analistas.
Equatorial
No caso da Equatorial, os investidores estão particularmente interessados nos níveis de alavancagem da empresa, dadas as oportunidades de crescimento potencial.
“Apresentamos a alavancagem da Equatorial, incluindo instrumentos fora do balanço, como as ações preferenciais do Itaú, que podem levar a um ajustado de Dívida Líquida/EBITDA de 3,8x no final de 2024 e 3,3x no final de 2025”, afirmam os analistas.
Além disso, destacam dois eventos recentes de mitigação de risco regulatório: a renovação da concessão sem ônus econômico e novos termos de permissão de projetos (opex) melhores que a proposta preliminar da Aneel.
Energisa
Para a Energisa, os novos termos de permissão de opex são um ponto de destaque.
“Estimamos que a proposta final da Aneel implique um impacto no valor presente líquido (NPV) de menos de 2% em nossos casos-base anteriores para EQTL, ENGI, NEOE e outros”, explicam os analistas.
A estrutura de dívida fora do balanço da Energisa é semelhante à da Equatorial, mas com um montante menor. “Estimamos que a alavancagem ajustada da ENGI atingirá o pico de 3,7x ND/EBITDA até o final de 2025”, dizem.
Copel
A Copel tem três possíveis catalisadores para o segundo semestre de 2024: a tendência de alta nos preços da energia, a redução de custos pós-privatização e os rendimentos de dividendos.
“Vemos uma tendência de alta nos preços da energia, onde cada aumento de R$ 10/MWh implica um aumento de 3% no NPV”, observam os analistas.
A empresa também pode alcançar rendimentos de dividendos de até 7% sob níveis confortáveis de alavancagem.
Neoenergia
Para a Neoenergia, a venda de ativos de transmissão e a desalavancagem são estratégias fundamentais.
“A Neoenergia poderia acelerar seu processo de desalavancagem continuando a vender ativos de transmissão”, afirmam.
A alavancagem da empresa poderia ser reduzida em 0,15x, chegando a 3,8x ND/EBITDA, assumindo a conclusão das vendas de projetos nos próximos 12 meses.
CPFL
A CPFL enfrenta desafios específicos devido aos impactos das recentes inundações no Rio Grande do Sul.
“Estimamos que a recente enchente no Rio Grande do Sul possa ter um impacto de 5% no EBITDA da CPFL”, destacam os analistas. Além disso, há um risco de baixa para os rendimentos de dividendos da CPFL, com uma expectativa de cerca de 7% para 2024-2025.