Os preços do petróleo subiam perto de 4% nesta segunda-feira, à medida que os confrontos entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas provocavam temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
O petróleo bruto Brent subia 3,37 dólares, ou 4%, para 87,96 dólares por barril, às 9h30 (horário de Brasília), enquanto o petróleo bruto dos EUA (WTI) estava em 86,25 dólares por barril, ou alta de 4,18%.
Ambos os valores de referência subiram mais de 4 dólares por barril no início da sessão.
A alta nos preços do petróleo reverteu a tendência de baixa da semana passada – o maior declínio semanal desde março -, quando o Brent caiu cerca de 11% e o WTI recuou mais de 8%, já que perspectivas macroeconômicas mais sombrias intensificaram as preocupações com a demanda global.
Embora o equilíbrio entre oferta e demanda não tenha sido afetado, disse Tamas Varga, da corretora de petróleo PVM, “qualquer aumento na tensão no Oriente Médio geralmente leva a um aumento nos preços do petróleo e, desta vez, não é diferente”.
No sábado, o Hamas lançou o maior ataque militar contra Israel em décadas, desencadeando uma ofensiva aérea israelense de retaliação em Gaza.
A erupção da violência ameaça inviabilizar os esforços dos EUA para intermediar uma reaproximação entre a Arábia Saudita e Israel, na qual o reino normalizaria os laços com Israel em troca de um acordo de defesa entre Washington e Riad.
Na sexta-feira, autoridades sauditas teriam dito à Casa Branca que estavam dispostas a aumentar a produção no próximo ano como parte do acordo proposto com Israel. Riad e Moscou concordaram com um corte voluntário combinado de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) até o final de 2023.
A questão é quanto tempo durará essa recuperação do petróleo, disseram os analistas do Citi.
“O tempo é tudo e os ataques quase certamente adiam qualquer reaproximação saudita-israelense, juntamente com qualquer expectativa de alta probabilidade de que a Arábia Saudita reduza ou elimine seu corte extra de 1 milhão de bpd se os preços retomarem sua queda recente.”
Em paralelo, nesta segunda-feira a Opep elevou suas previsões de demanda mundial de petróleo para médio e longo prazo, em contraste com outras previsões, incluindo a da Agência Internacional de Energia (IEA), que disse que a demanda poderia atingir o pico nesta década.