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Viva a taxa de administração!

por Conrado Navarro
3 min leitura

Juros e TaxasAntonio comenta: “Navarro, você e muitos outros autores enfatizam muito a questão da taxa de administração e a necessidade de fugir delas. Até que ponto podemos considerar uma taxa alta ou não? Como avaliar se vale a pena investir ainda que a taxa seja maior que 1% ou 2%? Ah, parabéns pelo blog e pela vontade em compartilhar seu conhecimento, isso não é comum. Sucesso e obrigado”.

Antonio, tudo bem? Obrigado pelo incentivo e pela confiança. Sua questão é muito interessante e pertinente. Para esta avaliação, nada melhor que uma calculadora e alguns conhecimentos simples de matemática. Basicamente o que se pretende é conseguir ganhos líquidos interessantes ainda que pagando algo para a instituição financeira, certo? Sim, isso é possível.

O caso típico que sempre utilizo para ilustrar esta relação é o dos fundos de renda variável (ações). Nem todo mundo possui conhecimento, possibilidade ou interesse em ingressar diretamente no mercado de capitais, embora o sistema home broker* tenha facilitado muito tal operação. Neste caso, existem fundos interessantes e que, mesmo cobrando taxas um pouco mais altas, garantem bom retorno no longo prazo. Vamos observar esta afirmação matematicamente?

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Tomemos o fundo BB Ações Dividendos, que possui taxa de administração de 2% ao ano. Sua rentabilidade anual acumulada até agora é de aproximadamente 10,5%. Portanto ele já rendeu 8,5% em 2007. Não é um ótimo rendimento para apenas quatro meses? Se estamos falando de renda variável e a volatilidade é maior, o cenário pode se alterar. Mas é consenso que no longo prazo esta pode ser uma aplicação e tanto. Um fundo como este rendeu, nos últimos 3 anos, mais de 150%. Que tal?

Fundos com rentabilidade baixa ficam muito comprometidos quando a taxa de administração é muito alta. Não é óbvio? Bom, ficar de olho na taxa de administração é sim muito importante. Mas ficar de olho na conta matemática inerente ao processo de tomada de decisão é ainda mais importante. O que interessa não é dinheiro no bolso? Se você não pode, ou não quer, aprender a investir diretamente na Bolsa, produtos como o que citei acima são bastante interessantes, especialmente no longo prazo.

É importante salientar que não estou indicando este ou aquele produto. Mais uma vez caimos na questão matemática e a decisão é só sua. Comemore comigo: viva a taxa de administração. Alguns economistas vão me criticar, mas isso faz parte. Ah, eles criticam mas também aplicam nestes produtos. Isso, já não consigo explicar. Abraços.

*Home broker: Segundo definição da própria Bovespa, o home broker é o instrumento que permite a negociação de ações via Internet. Ele permite que você envie ordens de compra e venda de ações através do site de sua corretora na internet.

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