O enviado palestino à Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu nesta terça-feira o bombardeio de Israel à Faixa de Gaza e a promessa de impor um cerco completo ao enclave palestino controlado pelo Hamas como “nada menos que genocida”.
Militantes do Hamas realizaram o ataque mais mortal da história de Israel no sábado, quando homens armados invadiram cidades israelenses, matando mais de 1 mil pessoas e levando dezenas de reféns para Gaza.
Israel retaliou com ataques aéreos a Gaza que arrasaram distritos inteiros enquanto se prepara para uma possível ofensiva terrestre.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, atraiu condenação internacional ao anunciar na segunda-feira um “bloqueio total” para impedir que alimentos e combustível cheguem a Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas. Gallant disse que Israel estava lutando contra “pessoas bestiais”.
“Tal desumanização flagrante e tentativas de bombardear um povo até à submissão, de usar a fome como método de guerra e de erradicar a sua existência nacional são nada menos que genocidas”, escreveu o enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, em uma carta ao Conselho de Segurança da organização, vista pela Reuters nesta terça-feira.
“Esses atos constituem crimes de guerra”, escreveu Mansour.
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse na terça-feira que seu entendimento era que “o conceito de cerco não é algo que de fato será conduzido pelo governo israelense”, acrescentando que Washington estava conversando com o governo israelense “sobre suas ações a respeito disso.”
Sullivan também disse que o presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discutiram na terça-feira “a diferença entre ir a todo vapor contra os terroristas do Hamas e sobre como distinguimos terroristas de civis inocentes”.