O Ibovespa (IBOV) poderá viver um possível “marasmo” por no mínimo aproximadamente 30 dias, antes de o mercado se preparar para um possível aumento de juros nos EUA, avalia a casa de análise Contra Corrente.
Esse período, explica o analista Marcos Elias, abre espaço para uma estratégia “free lunch” com o ETF do índice, o BOVA11.
“As ações brasileiras que pesam no índice não têm trigger de alta para o curto prazo. Mas negociam a um valuation módico, então — em tese — também não devem se depreciar substancialmente nos próximos 30 dias”, aponta em um relatório obtido pelo Dinheirama.
Elias sugere a operação de volatilidade por 30 dias, com o vencimento de opções na terceira sexta de novembro, no dia 17.
A operação consiste na venda de uma call de BOVA11 no strike de R$ 112 e também uma venda de uma put no strilke de R$ 108, “dois para cima, dois para baixo”.
Federal Reserve
O analista também aponta que os ativos brasileiros provavelmente não subirão nem cairão por um prazo mais extenso, mas em 13 e 14 de dezembro, quando o Federal Reserve se reunirá para possivelmente aumentar os juros, “o mercado brasileiro de ações vai descambar”.
Em um discurso feito nesta quinta-feira (19), o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a força da economia dos EUA e o mercado de trabalho ainda apertado podem justificar novos aumentos da taxa de juros.
“Estamos atentos aos dados recentes que mostram a resiliência do crescimento econômico e da demanda por mão de obra. Evidências adicionais de crescimento persistentemente acima da tendência, ou de que o aperto no mercado de trabalho não está mais diminuindo, podem colocar em risco o progresso da inflação e justificar um novo aperto da política monetária”, disse Powell em comentários ao Clube Econômico de Nova York.