A coalizão peronista governista da Argentina superou as expectativas e liderava as eleições gerais do país neste domingo, preparando o palco para um segundo turno polarizado no próximo mês entre o ministro da Economia, Sergio Massa, e o radical libertário de extrema-direita Javier Milei.
Massa tinha cerca de 36% dos votos, à frente de Milei com pouco mais de 30%, enquanto a conservadora Patricia Bullrich aparecia atrás com 23,7%, com cerca de 80% dos votos apurados, um resultado que desafiava as pesquisas pré-eleitorais que previam uma vitória do candidato libertário.
Os argentinos compareceram em massa às urnas neste domingo para votar em uma eleição nacional tensa, na qual o outsider de cabelos selvagens Milei foi o centro das atenções em meio à pior crise econômica do país em duas décadas e ao aumento da raiva contra a elite tradicional.
Muitos culparam Massa e os peronistas no poder, que, no entanto, responderam dizendo que suas redes de segurança social e subsídios eram fundamentais para muitos argentinos em dificuldades, inclusive mostrando como as tarifas de trem e ônibus poderiam aumentar drasticamente se ele perdesse.
“O peronismo é o único espaço que oferece a possibilidade de que os mais pobres de nós possamos ter coisas básicas ao alcance de suas mãos”, disse o pedreiro Carlos Gutierrez, 61 anos, quando foi votar mais cedo.
O sucesso de Massa ocorre apesar da inflação que atingiu três dígitos pela primeira vez desde 1991. Ele disse que cortará o déficit fiscal, manterá o peso e defenderá a rede de segurança de bem-estar social peronista.
Para ser eleito neste domingo, um candidato precisaria de mais de 45% dos votos ou 40% e uma vantagem de 10 pontos.