A Heineken retomou crescimento de volumes de vendas nas Américas, com fortes performances no Brasil e no México, conforme dados trimestrais da cervejaria holandesa divulgados nesta quarta-feira.
Na região, a companhia disse que o volume de cerveja aumentou 2,2% organicamente nos três meses encerrados em 30 de setembro, “liderado pelo crescimento no Brasil e no México”.
No Brasil, a Heineken, que tem na Ambev sua principal rival, disse que a receita líquida teve expansão orgânica na faixa de 13% a 15% (“low-teens”), impulsionada pelo crescimento de volume, preços e produtos premium.
“O volume de cerveja cresceu um dígito alto, superando o mercado”, afirmou a Heineken, acrescentando que o portfólio premium e mainstream continuou seu forte impulso, liderado por Heineken e Amstel, com alta ao redor de 15% (“mid-teens”) e 40% (“forties”), respectivamente.
Para analistas do Bradesco BBI, o aumento da receita líquida “parece baixo” dado crescimento de volume de 1 dígito e a inflação média estimada da cerveja brasileira de 7% ano a ano no segundo trimestre, conforme relatório enviado a clientes nesta quarta-feira.
Leandro Fontanesi e Pedro Fontana citam que a Heineken tem elevado com sucesso os preços acima da indústria nos últimos anos no Brasil para melhorar a lucratividade desta divisão em relação à sua operação global.
Para eles, a potencial desaceleração no crescimento dos preços da Heineken poderá ser parcialmente explicada por uma mudança no mix — mais mainstream em relação aos produtos premium — e por condições macroeconômicas mais desafiadoras.
Mas também questionam se uma potencial desaceleração nos preços pode ser explicada por alguma fraqueza na procura pela sua principal marca, a Heineken, que tem sido o principal pilar de crescimento do grupo nos últimos anos.
Após o resultado, a equipe do Bradesco BBI decidiu manter a previsão de queda de 2% no volume de cerveja no Brasil para a Ambev no terceiro trimestre ano a ano. A brasileira deve divulgar seu resultado em 31 de outubro.
Por volta de 12:25, as ações da Ambev tinham variação negativa de 0,08%, a 12,51 reais, enquanto o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha queda de 0,23%.
No resultado global, a Heineken reportou crescimento orgânico de 4,5% na receita líquida no trimestre, mas o volume de cerveja recuou 4,2%.
A cervejaria manteve projeção para o lucro operacional em 2023 de estabilidade a crescimento orgânico na faixa de um dígito médio.