A dívida pública federal caiu 3,02% em setembro ante agosto, para 6,076 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira.
No período, a dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) somou 5,834 trilhões de reais, com queda de 3,22%, enquanto a dívida pública federal externa (DPFe) atingiu 241,8 bilhões de reais, após crescer 1,82%.
Conforme o Tesouro, do total da dívida pública federal no final de setembro, 26,4% correspondiam a títulos prefixados, 30,8% a títulos vinculados a índices de preços, 38,6% a papeis com taxas flutuantes e 4,2% a papeis cambiais.
Em setembro, a queda de 3,02% deveu-se, conforme o Tesouro, “ao resgate líquido, no valor de 244,20 bilhões de reais, neutralizado, parcialmente, pela apropriação positiva de juros, no valor de 54,68 bilhões de reais”.
O órgão informou ainda que a reserva de liquidez da dívida pública uma espécie de “colchão” para o pagamento dos compromissos caiu 20,9% em termos nominais em setembro, para 810,31 bilhões de reais.
O valor é suficiente para cobrir pagamentos dos próximos 9,5 meses de vencimentos. Em agosto, o colchão cobria o equivalente a 7,92 meses.
Na comparação com setembro de 2022, a reserva de liquidez cedeu 21,4%.
Apesar dos recuos percentuais em setembro, o coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, pontuou durante entrevista coletiva que o fator mais importante na reserva de liquidez é a suficiência em relação aos meses à frente ou seja, quantos meses a reserva consegue cobrir.
“Passado o pagamento de setembro, quantos meses à frente eu consigo com o caixa de 810 bilhões (de reais)? Este montante alcança um prazo mais longo porque as maturações dos meses à frente não são tão altas assim”, disse Lobarinhas.
Emissão Externa
Lobarinhas afirmou ainda, durante a coletiva, que o governo finalizou todos os preparativos para a emissão de títulos sustentáveis no mercado internacional, mas que não há uma definição sobre quando o lançamento de fato irá ocorrer.
“Estamos prontos para realizar a emissão de títulos sustentáveis. O que vai contar daqui para frente são as condições do mercado”, afirmou.
De acordo com o coordenador da dívida, tanto o momento da emissão quanto o montante de títulos a serem lançados dependem das condições do mercado.
“Não existe previsibilidade certa do volume que será alcançado”, acrescentou.
No início de setembro, o governo lançou um conjunto de regras para a emissão de títulos públicos sustentáveis no mercado internacional, em documento que traça compromissos ambientais e sociais e sistematiza a aplicação dos recursos captados com os papéis.
Em um primeiro momento, o ministério da Fazenda havia apresentado expectativa de que a primeira emissão captasse aproximadamente 2 bilhões de reais. Posteriormente, a avaliação foi de que o montante seria superior a 1 bilhão de reais.