O dólar (USDBLR) abandonou perdas iniciais e passou a subir frente ao real nesta terça-feira, em sessão instável por ser a última do mês, enquanto investidores aguardavam as decisões de política monetária dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos, cujos desfechos, a serem anunciados na quarta, já foram antecipados de forma praticamente consensual pelos mercados.
Às 10:09 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,29%, a 5,0625 reais na venda. A sessão se mostrava volátil devido ao fechamento da Ptax de outubro, uma taxa de câmbio calculada pelo BC que serve como referência para negócios.
No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar, o que geralmente leva a uma instabilidade na taxa de variação da moeda.
Na B3, às 10:09 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,33%, a 5,0615 reais.
Enquanto isso, os “mercados globais estão operando com viés predominantemente positivo, ameaçando dar sequência à melhora verificada neste início de semana na véspera de mais uma decisão do Fomc”, disse a Guide Investimentos em relatório a clientes, citando expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) não elevará mais sua taxa de juros após dados desta manhã mostrarem desaceleração da inflação e do crescimento da zona do euro.
Por outro lado, a Guide também destacou dados fracos da atividade fabril da China e temores em torno da “narrativa de que a guerra (entre Israel e Hamas) deve tomar maiores proporções no mundo árabe”.
O destaque da semana, no entanto, é o encontro de dois dias do Federal Reserve, em que o banco central dos EUA provavelmente deixará os custos dos empréstimos inalterados.
“Uma vez que não é esperada nenhuma alteração nos juros, as atenções estarão voltadas para a sinalização dos próximos passos da autoridade”, disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório.
Em geral, quanto mais rígido é o banco central dos Estados Unidos na condução da política monetária, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente.
Já no Brasil, o Copom provavelmente cortará os juros básicos em meio ponto percentual, a 12,25%, na quarta-feira, mantendo um ritmo cauteloso de afrouxamento monetário diante do agravamento de riscos externos, previram economistas consultados pela Reuters.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0480 reais na venda, em alta de 0,69%.