O Carrefour Brasil (CRFB3) registrou lucro líquido de 132 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 59,1% ante o mesmo período do ano passado, impactado por efeitos financeiros e tributários e diante de queda nas vendas, conforme balanço da empresa nesta terça-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 13,4% ano a ano, para 1,47 bilhão de reais. Analistas, em média, esperavam Ebitda ajustado de 1,37 bilhão de reais, segundo dados da LSEG.
Eric Alencar, diretor financeiro e de relações com investidores do grupo, disse a jornalistas que o lucro segue pressionado por uma maior alavancagem financeira e por despesas tributárias, “uma vez que ainda não iniciamos o uso dos créditos tributários do BIG, principalmente relacionados a prejuízos acumulados”.
O resultado financeiro líquido foi negativo em 586 milhões de reais no trimestre, ainda assim uma perda 20,9% menor em comparação ano a ano.
As vendas brutas consolidadas da varejista, que opera marcas como Carrefour e Atacadão, somaram 28,2 bilhões de reais, queda de 3,9% frente à mesma etapa do ano anterior, com pressão de volumes e da deflação alimentar, que reduz o valor dos produtos vendidos.
Esses números de vendas já haviam sido divulgado semana passada pelo grupo em prévia operacional.
Quanto à rentabilidade, a margem bruta do Carrefour Brasil ficou em 20,1% no trimestre encerrado em setembro, de 19,9% um ano antes, enquanto a margem Ebitda ajustada caiu de 6,4% para 5,7%, com efeito da inflação de custos, de novas lojas ainda em fase de maturação e de investimento em aquisição de clientes pelo banco Carrefour após a conversão de pontos, segundo Alencar.
O Carrefour Brasil finalizou neste ano a conversão de mais de 120 lojas adquiridas do Grupo BIG e, agora, trabalha na maturação desses pontos.
Alencar disse que a maturação das conversões de lojas para a marca Atacadão estão mais rápidas do que o esperado, enquanto as conversões para o formato Carrefour estão um pouco abaixo, diante dos efeitos do fim da parceria com a Hipercard.
Diante de um processo de deflação que mostra sinais de continuação nos próximos meses, o executivo afirmou que a estratégia da companhia para enfrentar este cenário está sendo de controle de custos e despesas, assim como otimização de estoques e capital de giro.
“Na questão de custo, é estar sempre com os fornecedores discutindo cada vez mais como é que conseguimos repassar para o cliente esses preços, mantendo para nós uma margem saudável em níveis históricos. E, na parte de despesas, é literalmente tendo um custo que esteja adequado a essa nova realidade, enquanto os preços de alimentos não eventualmente voltarem (a aumentar)”, afirmou Alencar.
Ainda assim, as despesas gerais, com vendas e administrativas do grupo subiram 3,3% ano a ano, para 3,7 bilhões de reais.
O grupo classificou, em relatório de resultados, esse aumento nas despesas como “modesto”, e atribuiu o movimento à inflação geral de custos e a uma maior rede de lojas, destacando uma redução de 2,8% na base sequencial.
No Banco Carrefour, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 13,5%, contra 13,7% no segundo trimestre de 2023.