O Kremlin rejeitou nesta sexta-feira uma reportagem do Wall Street Journal que afirma que a inteligência dos Estados Unidos acredita que o grupo mercenário russo Wagner planeja fornecer ao Hezbollah um sistema de defesa aérea, dizendo que esse relato não tem fundamento.
“Já dissemos que, de fato, esse grupo (Wagner) não existe”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando perguntado sobre a reportagem, que citava autoridades norte-americanas não identificadas dizendo que a inteligência dos EUA acredita que o Wagner planeja tal transferência.
“Todas essas reflexões são, via de regra, baseadas em nada e não têm fundamento”, afirmou Peskov.
“Existem canais de comunicação de emergência entre as forças armadas (russas e norte-americanas) e, se houver preocupações reais sobre algo, eles (norte-americanos) sempre podem transmiti-las às nossas forças armadas.”
Na reportagem, o The Journal informou que Wagner planeja fornecer o sistema Pantsir-S1, conhecido pela Otan como SA-22, que usa mísseis antiaéreos e armas de defesa aérea para interceptar aeronaves.
O grupo Wagner, que foi financiado pelo Estado russo e colocado firmemente sob o controle do Kremlin desde um motim abortado por seu ex-líder, Yevgeny Prigozhin, em junho, não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
Putin e o Kremlin têm dito repetidamente que não há base legal para Wagner de acordo com a lei, que proíbe grupos mercenários dentro da Rússia, embora no final de setembro Putin tenha se encontrado com um dos ex-comandantes mais graduados do grupo.
O futuro da Wagner não está claro desde o motim de junho e a morte de Prigozhin em um acidente de avião em agosto