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Dino repreende declaração do Mossad sobre ter impedido ataque do Hezbollah

Sem citar explicitamente Israel, Dino disse na plataforma X que "o Brasil é um país soberano" e que "nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil"

por Reuters
3 min leitura
Flávio Dino

 O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, fez uma dura repreensão a Israel nesta quinta-feira, depois que a agência de espionagem Mossad disse que ajudou a impedir um ataque do grupo militante islâmico Hezbollah contra alvos judeus no Brasil.

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Dino respondeu a uma declaração altamente incomum publicada na quarta-feira, na qual a agência israelense Mossad agradeceu à Polícia Federal e disse que, “dado o pano de fundo da guerra em Gaza”, o Hezbollah continuava a atacar alvos israelenses, judeus e ocidentais.

Na quarta-feira, a PF prendeu duas pessoas não identificadas por acusações de terrorismo e realizou 11 mandados de busca e apreensão em propriedades.

Sem citar explicitamente Israel, Dino disse na plataforma X que “o Brasil é um país soberano” e que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil”.

Dino afirmou que as investigações que resultaram nas operações de quarta-feira “começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional”, e disse que a investigação “nada tem a ver com conflitos internacionais”.

“Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos”, escreveu ele.

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Ele não negou explicitamente qualquer detalhe da declaração israelense, mas pareceu mais irritado com o momento, o tom e a ligação com a atual guerra em Gaza.

O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Os comentários de Dino podem esfriar as relações com o governo israelense no momento em que o Brasil tenta negociar uma saída segura para cerca de 30 brasileiros ainda presos em Gaza.

Eles também ocorrem quando um número cada vez maior de países latino-americanos assume uma posição mais dura em relação a Israel por causa do bombardeio retaliatório em Gaza após os ataques do Hamas em 7 de outubro. No final do mês passado, a Bolívia cortou os laços diplomáticos com Israel, enquanto a Colômbia e o Chile repatriaram seus embaixadores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem buscado equilibrar as críticas aos ataques do Hamas com pedidos de cessar-fogo.

O Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irã no Líbano, não pôde ser contatado imediatamente para comentar o assunto. Nem o governo iraniano.

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