O Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu nesta quarta-feira pausas urgentes e prolongadas nos combates entre Israel e os militantes palestinos do Hamas na Faixa de Gaza por um “número suficiente de dias” para permitir o acesso da ajuda humanitária.
O conselho de 15 membros superou um impasse, que viu quatro tentativas sem sucesso de agir no mês passado, para adotar uma resolução que também pede a libertação imediata e incondicional de todos os reféns mantidos pelo Hamas.
Os Estados Unidos, a Rússia e a no Reino Unido, que têm poder de veto no Conselho, se abstiveram na votação de quarta-feira sobre a resolução elaborada por Malta. Os 12 membros restantes votaram a favor.
A Rússia fracassou em uma tentativa de última hora de alterar a resolução para incluir um apelo por uma trégua humanitária imediata que levasse ao fim das hostilidades.
O impasse no conselho tem se concentrado principalmente na questão de se pedir uma pausa humanitária ou um cessar-fogo.
Uma pausa é geralmente considerada menos formal e mais curta do que um cessar-fogo, que deve ser acordado pelas partes em conflito. Os Estados Unidos têm apoiado as pausas, enquanto a Rússia tem pressionado por um cessar-fogo.
A resolução de quarta-feira também não condena as ações do Hamas um ponto de discórdia para o aliado de Israel, os Estados Unidos, e o Reino Unido.
O conselho pediu “pausas e corredores humanitários urgentes e estendidos em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias para permitir (…) o acesso humanitário completo, rápido, seguro e desimpedido”
Essa foi a quinta tentativa do conselho de tomar medidas desde que os militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e fazendo 240 reféns.
Israel prometeu exterminar o Hamas, que governa Gaza, atacando o enclave de 2,3 milhões de habitantes pelo ar, impondo um cerco e invadindo com soldados e tanques.
A resolução adotada na quarta-feira exige o cumprimento da lei internacional, especificamente a proteção de civis, especialmente crianças. Ela também pede a todas as partes que não privem os civis de Gaza dos serviços básicos e da ajuda humanitária necessária para sua sobrevivência, e dá as boas-vindas às entregas iniciais e limitadas de ajuda, mas pede que elas sejam ampliadas.
Na esteira do impasse do Conselho de Segurança no mês passado, a Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, adotou em 28 de outubro — com 121 votos a favor — uma resolução redigida por Estados árabes que pedia uma trégua humanitária imediata e exigia acesso de ajuda à Faixa de Gaza e proteção aos civis.