Lai Ching-te, líder da corrida presidencial em Taiwan, escolheu nesta segunda-feira a ex-enviada do país aos Estados Unidos — uma importante diplomata, conhecida em Washington mas considerada pela China como um separatista — como sua vice-presidente para a eleição de janeiro.
Lai, atual vice-presidente e candidato do Partido Democrático Progressista, lidera as pesquisas de opinião para a eleição, que ocorrerá sob crescente pressão da China para aceitar sua soberania sobre a ilha.
A candidata a vice, Hsiao Bi-khim, de 52 anos, é a embaixadora de fato de Taiwan nos EUA desde 2020, tem muitas conexões em Washington e já se esperava que fosse parceira de Lai na candidatura.
Hsiao afirmou ter valores em comum com Lai, incluindo a defesa da liberdade e da democracia em Taiwan.
“Eu creio que temos muitas convicções em comum. Ambos queremos assumir essa responsabilidade por Taiwan”, disse ela a repórteres ao lado do comitê central da campanha de Lai, em Taipé.
O Ministério das Relações Exteriores aceitou sua renúncia como enviada nos EUA nesta segunda. Rupert Hammond-Chambers, presidente do Conselho de Negócios EUA-Taiwan e que conhece a diplomata desde a década de 1990, afirmou que ela é uma “política formidável” e que adicionará muito conhecimento de diplomacia e segurança à candidatura de Lai.
“Os relacionamentos de Bi-khim em Washington serão valiosos para um eventual presidente Lai, caso seja eleito. Ela trará todas essas relações para o seu governo, algo que ele não tem”, afirmou.
Como a maioria dos países, os EUA não possuem laços formais com Taiwan, mas são o mais importante apoiador internacional e fornecedor de armas da ilha.