O Kremlin disse nesta segunda-feira que lamenta profundamente a decisão da Finlândia de fechar passagens em sua fronteira com a Rússia, uma medida que, segundo o Kremlin, reflete a adoção de uma postura antirrussa por parte de Helsinque.
A Finlândia, membro da União Europeia e – a partir deste ano – também da aliança militar Otan, fechou quatro passagens em sua fronteira com a Rússia no sábado, conforme busca interromper um fluxo de solicitantes de asilo que, segundo ela, foi instigado por Moscou.
As passagens de fronteira que foram fechadas eram, de longe, os pontos de passagem mais movimentados.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falando em uma coletiva de imprensa regular, mais uma vez negou a acusação da Finlândia de que a Rússia estava deliberadamente empurrando imigrantes ilegais para a fronteira e disse que os guardas de fronteira russos estavam cumprindo suas funções de acordo com as regras.
Perguntado sobre o fechamento das quatro passagens, Peskov disse: “Isso não causa nada além de profundo pesar, porque tínhamos relações muito boas e de longa data com a Finlândia, pragmáticas, baseadas no respeito mútuo.”
“E, é claro, lamentamos que essas relações tenham sido substituídas por uma posição exclusivamente russofóbica, que os líderes desse país começaram a defender”, disse ele.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta segunda-feira que havia apresentado um protesto formal ao embaixador finlandês em Moscou, dizendo que o fechamento das quatro passagens de fronteira viola “os direitos e interesses de dezenas de milhares de pessoas” em ambos os países.
“A decisão foi tomada às pressas, sem qualquer consulta ao lado russo”, disse em um comunicado.
A Finlândia compartilha uma fronteira de 1.340 km com a Rússia, que também serve como fronteira externa da UE.
Helsinque tem acusado as autoridades russas de canalizar imigrantes para as passagens em retaliação à sua decisão de aumentar a cooperação de defesa com os Estados Unidos, uma afirmação rejeitada pelo Kremlin.
A Finlândia irritou Moscou quando, após décadas de não alinhamento, juntou-se à aliança militar da Otan em abril, após o início da guerra em grande escala da Rússia contra a Ucrânia.
