A Cemig (CMIG4), empresa de energia do Estado de Minas Gerais, enfrenta turbulências no mercado após recentes declarações do Governador Romeu Zema sobre a possibilidade de federalização de empresas estatais, incluindo a própria Cemig.
As ações preferenciais da companhia (CMIG4) despencaram 9,7%, evidenciando a sensibilidade dos investidores às incertezas sobre o futuro da estatal.
A proposta de federalização surge como uma reviravolta surpreendente, considerando a estratégia anterior do Governo, que buscava a privatização da Cemig e da Copasa.
Citação de analista
Francisco Navarrete e Ricardo França, analistas da Ágora Investimentos, comentam, “A possibilidade de federalização da Cemig representa um movimento inesperado e contraditório em relação à trajetória recente de privatização da estatal. Os rumores desencadearam uma queda significativa nas ações, refletindo a incerteza dos investidores quanto ao impacto dessa mudança de direção.”
Avaliação de riscos e projeções
O mercado reage à incerteza com uma revisão nas projeções e avaliações. Atualmente, as ações CMIG4 são cotadas com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 11,9%, considerada justa para uma estatal. Contudo, caso a federalização se concretize, analistas estimam uma redução para uma TIR real de pelo menos 15% a 17%, implicando em um intervalo de preço de R$ 8,90/ação a R$ 7,50/ação.
Citação de analista
Os analistas afirmam, “Mantemos uma visão neutra no curto prazo, aguardando evidências concretas sobre o avanço efetivo da federalização. O mercado está atento a desdobramentos legislativos que possam confirmar ou descartar essa possibilidade. Ajustamos nossas projeções e reduzimos o preço-alvo para R$13,00/CMIG4, considerando as incertezas do cenário atual.”
Avaliação cautelosa e aguardo de evidências
A Ágora Investimentos adota uma postura cautelosa diante da volatilidade e das incertezas no cenário da Cemig. Apesar da queda nas projeções e na avaliação das ações, a recomendação neutra reflete a espera por evidências concretas sobre a efetivação da federalização.
A possibilidade de o mercado retornar ao status quo, caso os projetos de federalização não avancem, é considerada um direcionador positivo, enquanto o risco negativo permanece vinculado ao avanço desse processo inesperado.