O Índice FipeZap Ampliado, que acompanha os preços dos imóveis anunciados em 16 cidades brasileiras, teve alta de 1,2% em agosto, contra 1,1% em julho. Em 12 meses, a valorização é de 12,3%, e no ano, de 8,5%. Por enquanto, ocorre uma estabilização da valorização do metro quadrado anunciado no país, e em algumas cidades o índice já é negativo ou praticamente zero.
A cidade de Belo Horizonte registrou queda no preço anunciado do metro quadrado pelo quarto mês seguido, de 0,3%. A maior alta do mês, por sua vez, ocorreu novamente em Curitiba, onde os imóveis anunciados subiram 4,6%. Em 12 meses, o metro quadrado anunciado na capital paranaense disparou 26,8%. Cinco cidades apresentaram altas inferiores a 1,0%, sendo que Fortaleza e Niterói apresentaram estabilidade de preços.
O indicador é elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o site Zap Imóveis e acompanha os preços do metro quadrado dos imóveis usados anunciados na internet, que totalizam mais de 290.000 unidades todos os meses.
Além disso, são buscados também dados em outras fontes de anúncios online. A Fipe faz a ponderação dos dados utilizando a renda dos domicílios, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E a tal bolha imobiliária?
O assunto “Imóveis” é importante e costuma gerar debates bastante quentes na imprensa e entre especialistas. Em geral, autoridades e especialistas brasileiros descartam a hipótese, mas um economista americano que previu a bolha imobiliária dos Estados Unidos acha preocupante o fato de os preços dos imóveis terem dobrado nos últimos cinco anos nas maiores cidades brasileiras.
“Não é possível saber com certeza, mas suspeito que exista uma bolha imobiliária nas maiores cidades do Brasil”, disse o economista Robert Shiller, professor da Universidade de Yale (Estados Unidos) e que previu a bolha imobiliária dos EUA. Ele esteve no Brasil para um congresso da BM&FBovespa.
“O fato de os preços terem dobrado nos últimos cinco anos não soa bem. Se os preços caírem, isso pode criar problemas”, afirmou Shiller, fazendo a ressalva de que não conhece a fundo a realidade brasileira.
Realidade essa que, segundo especialistas brasileiros, difere mesmo da dos EUA. “O que está acontecendo está dentro da normalidade. Nos EUA, mais do que uma crise imobiliária, houve uma crise de papéis (em referência à comercialização, no mercado financeiro, de títulos de hipotecas que se revelaram ‘podres’, gerando a crise do subprime). Aqui, a geração de emprego e renda continua positiva, o financiamento segue abundante e barato e temos uma população economicamente ativa grande (apta a comprar imóveis)”, afirmou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco declarou, também no congresso da BM&FBovespa, que é preciso “ficar de olho” nos preços dos imóveis, mas que não vê perigos imediatos de uma bolha imobiliária, porque a demanda por imóveis se mantém consistente no país.
Como está o valor do imóvel em sua cidade? Você acredita que estamos vivendo (ou prestes a entrar) em uma bolha imobiliária? Escreva abaixo o seu comentário sobre o tema.
Fontes: Exame | BBC Brasil. Foto house shaped key, Shutterstock.