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Taxas longas de juros caem sob influência dos Treasuries, com IPCA-15 em segundo plano

Mesmo com alguns resultados positivos, o IPCA-15 não foi o suficiente para firmar as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros)

por Reuters
3 min leitura
IBC-br

As taxas dos contratos de DI fecharam a terça-feira em baixa na maioria dos vencimentos, novamente conduzidas pelo exterior, onde os rendimentos dos Treasuries tiveram mais um dia de queda, colocando em segundo plano dado da inflação medida pelo IPCA-15 em novembro no Brasil.

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No início da sessão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,33% em novembro, após alta de 0,21% em outubro.

A leitura mensal do indicador, considerado uma prévia da inflação oficial medida pelo IPCA, ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,30%.

Apesar da aceleração mensal, o IPCA-15 passou a acumular nos 12 meses até novembro avanço de 4,84%, contra 5,05% no mês anterior e projeção de analistas de 4,80%. A medida de inflação subjacente também surpreendeu positivamente, com variação de 0,21% em novembro, ante projeção da BGC Liquidez DTVM de alta de 0,36%.

Mesmo com alguns resultados positivos, o IPCA-15 não foi o suficiente para firmar as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no território negativo ao contrário, durante boa parte da manhã elas oscilaram em alta.

“Assim que saiu o IPCA-15, os juros começaram a subir”, pontuou Laís Costa, analista da Empiricus Research, para quem a composição do índice não foi tão positiva. Segundo ela, foi a queda do rendimento dos Treasuries, após a divulgação de novos dados sobre a economia norte-americana, que conduziu as taxas dos DIs para o negativo.

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Um relatório do Conference Board mostrou que seu índice de confiança do consumidor norte-americano subiu para 101,0 em novembro acima dos 99,1 no mês anterior, mas abaixo dos 102,0 esperados pelos economistas.

Já o índice manufatureiro composto do Federal Reserve de Richmond atingiu -5 em novembro, ante +3 em outubro. O indicador de remessas de manufaturas atingiu -8 em novembro, ante +9 em outubro.

Tanto os dados do Conference Board quanto os do Fed de Richmond foram divulgados perto do meio-dia.

“Lá fora, estamos tendo alguns indicadores de atividade mostrando desaceleração de fato da economia norte-americana o que estava faltando para pararmos de ter estresse na curva de juros”, pontuou Costa. “Hoje (terça-feira) tivemos o índice de manufatura do Fed de Richmond, que ficou abaixo das expectativas.”

Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries foram novamente pressionados para baixo, em meio à percepção de que a economia norte-americana indica possibilidade de fim do ciclo de alta de juros, com possível corte da taxa básica ainda no primeiro semestre de 2024.

Comentários de uma autoridade do banco central dos EUA corroboraram esta percepção. O diretor do Fed Christopher Waller sinalizou a possibilidade de a instituição reduzir sua taxa básica nos próximos meses, caso a inflação continue a cair.

Ele também disse estar “cada vez mais confiante” de que a atual definição da taxa de juros será adequada para reduzir a inflação para a meta de 2%.

Com os rendimentos dos Treasuries em baixa, as taxas dos DIs também se firmaram no campo negativo no Brasil e, em alguns momentos, chegaram a cair mais de 10 pontos-base em alguns vencimentos.

Perto do fechamento, com os rendimentos dos títulos dos EUA recuperando parte do fôlego, os juros futuros de alguns vencimentos curtos se reaproximaram da estabilidade, enquanto os longos encerraram com quedas menores.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,43%, ante 10,407% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,095%, ante 10,08% do ajuste anterior.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,19%, ante 10,214%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,425%, ante 10,478%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,8%, ante 10,872%.

Perto do fechamento a curva a termo precificava em 93% as chances de o corte da Selic em dezembro ser de 0,50 ponto percentual. Já as chances de corte de 0,75 ponto percentual eram precificadas em 7%.

Apesar das pequenas mudanças de precificação na curva, a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Fernanda Guardado, reiterou durante a tarde que a instituição está confortável com o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual da Selic, hoje em 12,25% ao ano.

“Precisaria ter surpresas relevantes para haver revisões tanto para cima quanto para baixo no ritmo de cortes”, afirmou. “O ritmo atual é o que a gente está bastante confortável e o que é compatível com o que a gente está observando até agora.”

Às 16:40 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos referência global para decisões de investimento caía 4,20 pontos-base, a 4,3458%.

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