A economia global sofrerá uma ligeira desaceleração no próximo ano, mas o risco de um pouso forçado diminuiu apesar dos altos níveis de endividamento e da incerteza em relação às taxas de juros, informou nesta quarta-feira a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
O crescimento global deverá passar de 2,9% este ano para 2,7% em 2024, antes de aumentar em 2025 para 3,0%, informou a OCDE em seu relatório Perspectiva Econômica.
O crescimento das economias avançadas que compõem os 38 membros da OCDE avança para um pouso suave, com os Estados Unidos se mantendo melhor do que o esperado até o momento.
A OCDE previu que o crescimento dos EUA diminuiria de 2,4% este ano para 1,5% no próximo, revisando suas estimativas de setembro, quando projetou altas de 2,2% em 2023 e 1,3% em 2024.
Embora o risco de um pouso forçado nos Estados Unidos e em outros países tenha diminuído, a OCDE disse que o risco de recessão não está descartado devido à fraqueza dos mercados imobiliários, aos preços altos do petróleo e à lentidão dos empréstimos.
A economia da China também deve desacelerar à medida que o país lida com uma bolha imobiliária que está se esvaziando e os consumidores poupam mais em face da maior incerteza sobre as perspectivas.
A previsão da OCDE é que o crescimento da China diminua de 5,2% este ano para 4,7% em 2024 – ambos ligeiramente acima do esperado em setembro – antes de desacelerar ainda mais em 2025 para 4,2%.
Na zona do euro, o crescimento deve acelerar de 0,6% este ano para 0,9% em 2024 e 1,1% em 2025, já que a Alemanha – a maior economia da região – saiu de uma recessão este ano.
No entanto, a OCDE alertou que, devido ao alto nível de financiamento bancário na zona do euro, o impacto total dos aumentos das taxas de juros permanece incerto e pode pesar mais sobre o crescimento do que o esperado.
Para o Brasil, a OCDE calcula que a expansão recuará de 3,0% este ano para 1,8% em 2024, recuperando-se ligeiramente a 2,0% em 2025, e avalia que os riscos econômicos estão equilibrados.
A organização alerta ainda que a implementação do novo arcabouço fiscal e o cumprimento das metas de primário serão essenciais para garantir a sustentabilidade da dívida e restaurar a confiança nas finanças públicas.