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Dólar cede ante real após dados reforçarem apostas de corte de juros nos EUA em março

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9022 reais na venda, em queda de 0,47%

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Reprodução/Freepik/@pvproductions)

O dólar (USDBLR) à vista fechou em baixa ante o real nesta quarta-feira, pela segunda sessão consecutiva, após novos dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçarem a percepção de que o Federal Reserve poderá cortar seus juros já em março de 2024.

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O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9022 reais na venda, em queda de 0,47%. Em dezembro, o dólar acumula baixa de 0,27%.

Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,62%, a 4,9120 reais.

A moeda norte-americana oscilou em queda ante o real durante toda a sessão. No início do dia, às 9h11, marcou a máxima de 4,9230 reais (-0,05%), com as cotações ainda refletindo certa cautela dos investidores antes da divulgação de mais dados sobre o mercado de trabalho norte-americano.

Os números saíram às 10h15 e o dólar à vista que estava novamente em 4,9230 reais naquele momento desabou para 4,9103 reais no minuto seguinte.

O Relatório Nacional de Emprego da ADP informou que foram abertos 103.000 postos de trabalho em novembro nos EUA, bem abaixo dos 130.000 postos projetados em pesquisa da Reuters com economistas.

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Já os dados de outubro foram revisados para baixo, mostrando 106.000 vagas criadas, em vez dos 113.000 postos informados anteriormente.

(Imagem: Reprodução/Freepik/@jcomp)
(Imagem: Reprodução/Freepik/@jcomp)

Os números reforçaram a percepção de que o Federal Reserve manterá seus juros básicos na faixa de 5,25% a 5,50% este mês e poderá começar a cortá-los já em março do próximo ano.

Com isso, o dólar perdeu força ante parte das demais divisas no exterior e passou a renovar mínimas no Brasil. Às 11h28, a divisa à vista marcou a menor cotação da sessão, de 4,8892 reais (-0,74%).

“Estamos em um ponto do ciclo econômico norte-americano em que a inflação deixou de ser uma preocupação, porque ela já cedeu bastante. Para o Fed, a questão mais importante agora é o mercado de trabalho”, pontuou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.

“O ADP confirma a visão de que o processo de normalização do mercado de trabalho continua. Os dados demonstram que a discussão é sobre quando o Fed cortará os juros, daí a perda de ímpeto global do dólar”, acrescentou Borsoi.

Ainda assim, no Brasil a queda é contida, com o dólar encontrando dificuldades para atingir níveis mais próximos dos 4,80 reais.

“A cotação está enclausurada nos 4,92, nos 4,96 reais, sem conseguir fugir muito disso”, avaliou Laís Costa, analista da Empiricus Research. “O real só conseguirá apreciar se houver uma queda muito forte de juros no exterior.”

(Imagem: Reprodução/Freepik/@pvproductions)
(Imagem: Reprodução/Freepik/@pvproductions)

Para Borsoi e outros profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias, a resistência a quedas maiores do dólar no Brasil é dada pelo fator sazonal: em dezembro, multinacionais e fundos costumam enviar recursos ao exterior, o que eleva a demanda por moeda e sustenta as cotações.

No exterior, no fim da tarde o dólar tinha sinais mistos ante as demais divisas.

O dólar index que reflete a relação com outras seis divisas fortes tinha alta firme, influenciado em parte pelo enfraquecimento do euro, em meio a apostas de que o Banco Central Europeu (BCE) também poderá iniciar o ciclo de corte de juros em março do próximo ano.

Às 17:14 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,21%, a 104,190.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de fevereiro.

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