O Senado aprovou nesta terça-feira as indicações dos economistas Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira à diretoria do Banco Central, o que permitirá que os dois participem da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2024, no fim de janeiro, quando o colegiado passará a ter quatro membros nomeados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de um total de nove.
Picchetti, que é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), foi aprovado por 53 votos a 4. Ele substituirá Fernanda Guardado à frente da diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos.
A indicação de Teixeira, que é servidor de carreira do BC, à diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta foi aprovada por 50 votos a 3. Ele substituirá Maurício Moura, que estava na diretoria desde 2017.
O BC segue sob forte pressão do governo para reduzir os juros, mesmo após ter dado início, em agosto, a um ciclo de corte da taxa.
Nesta terça-feira, véspera do fim da última reunião do Copom do ano, quando a expectativa consensual do mercado é que será anunciado novo corte de 0,50 ponto percentual da taxa, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pressionaram por uma aceleração do afrouxamento.
A Selic está atualmente em 12,25% e o mercado prevê que a taxa chegará ao final de 2024 em 9,25%, nível ainda restritivo à atividade econômica.
Próximo a Haddad, Picchetti é doutor em economia pela Universidade de Illinois (Estados Unidos). Ele tem estudos publicados no site do Banco Central que tratam de expectativas de inflação e modelos para medir a evolução de preços.
Teixeira é doutor em economia pela USP e servidor do Banco Central há 21 anos. Atualmente, está cedido para a Casa Civil da Presidência, com participação em conselhos da Apex Brasil e da Empresa Gestora de Ativos (Emgea).
Ele ocupou cargos na prefeitura de São Paulo entre 2013 e 2015, quando Haddad era prefeito da cidade.
Os outros dois nomes da diretoria indicados por Lula foram Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton de Aquino (Fiscalização).
O mandato do presidente do BC, Roberto Campos Neto, vencerá no final de 2024.