O dólar (USDBLR) caía frente ao real na manhã desta quinta-feira, com investidores ainda repercutindo a indicação do Federal Reserve de que os juros podem começar a cair no ano que vem, enquanto a decisão de política monetária do Banco Central do Brasil apontou para manutenção do ritmo de corte da Selic.
Às 10:00 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,73%, a 4,8843 reais na venda.
Na B3, às 10:00 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,61%, a 4,8880 reais.
“Mercados ao redor do globo exibem viés positivo, ainda refletindo a decisão de política monetária do Fed de ontem… com sinalização de redução de juros nos Estados Unidos no ano que vem”, disse Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.
Na quarta-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que o aperto histórico da política monetária nos EUA provavelmente acabou, com a inflação agora caindo mais rápido do que o esperado.
Além disso, 17 das 19 autoridades do Fed projetaram que a taxa de juros estará mais baixa em um ano, o que levou os mercados a apostarem que os cortes podem começar já em março.
Na véspera, após as indicações do Fed, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9202 reais na venda, em queda de 0,96%.
A redução dos custos dos empréstimos nos Estados Unidos tende a favorecer moedas mais rentáveis, como o real e seus pares emergentes, frente ao dólar.
No Brasil, o Banco Central decidiu fazer um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 11,75% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.
“Apesar de reconhecer a melhora do ambiente global desde a sua última reunião, o comitê entende que o cenário ainda inspira cautela aos países emergentes”, avaliou o Bradesco em relatório a clientes.
“Com essa comunicação, entendemos que o Copom busca reafirmar o ritmo de cortes para as próximas reuniões, ao mesmo tempo que discute o ciclo total de flexibilização, a depender da dinâmica prospectiva de inflação e atividade.”
Muitos operadores afirmam que a manutenção do ritmo de cortes da Selic, em vez de uma aceleração do afrouxamento monetário, não é tão nociva à atratividade do real, uma vez que a taxa seguirá em patamar restritivo por algum tempo.
Assim, continuará a oferecer retornos interessantes para investidores estrangeiros, especialmente com a perspectiva de redução da remuneração nos Estados Unidos quando o Fed começar a cortar os juros por lá.