O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta terça-feira, renovando máximas históricas, endossado por avanço nos pregões em Wall Street e queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, além de melhora do rating soberano do Brasil pela agência S&P.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,59 %, a 131.850,9 pontos., nível recorde de fechamento. Na máxima do dia, chegou a 132.046,93 pontos, novo recorde intradia. Na mínima, a 131.085,81 pontos.
O volume financeiro somou 20,6 bilhões de reais, abaixo da média diária do mês de dezembro, de 28,2 bilhões de reais.
As ações brasileiras permanecem amparadas principalmente pelo fluxo de capital externo para a bolsa paulista, diante de perspectivas de que acabou o aperto monetário nos Estados Unidos e que o Federal Reserve deve começar a reduzir os juros em 2024.
De acordo com dados da B3, as compras de ações por estrangeiros superaram as vendas em 9,6 bilhões de reais em dezembro até o dia 15.
Em novembro, o saldo ficou positivo em 21 bilhões de reais. Pesquisa do Bank of America com gestores de fundos na América Latina referenda tal movimento ao mostrar que 48% dos entrevistados enxergam o Ibovespa acima de 140 mil pontos no final do próximo ano, de uma fatia de 16% no mês passado.
Na parte da tarde, o mercado brasileiro recebeu mais uma boa notícia, com a S&P elevando a nota de risco de crédito do Brasil para “BB”, com perspectiva estável, citando a aprovação da reforma tributária.
Também à tarde, o Congresso Nacional aprovou, em sessão conjunta, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024, trazendo as linhas gerais para o Orçamento, incluindo meta de déficit primário zero para o próximo ano.
O segundo pregão da semana ainda trouxe a ata da última decisão de juros do Banco Central, no qual a autoridade monetária reforçou o cenário de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.
Destaques
Braskem (BRKM5) fechou em alta 7,15%, a 19,47 reais, mantendo a recuperação após um começo de dezembro mais negativo, em meio ao agravamento da situação envolvendo minas de sal da petroquímica em Maceió (AL).
A ação continua sob influência da expectativa em torno da venda da participação da Novonor na companhia.
Um fonte afirmou à Reuters que o governo federal avalia que a Petrobras pode aumentar sua participação na Braskem para facilitar uma eventual venda a investidores estrangeiros.
Petrobras (PETR4) avançou 1,14%, a 36,25 reais, endossada pela melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o contrato Brent terminou com acréscimo de 1,64%, a 79,23 dólares o barril.
Dexco (DXCO3) encerrou com elevação de 3,97%, a 8,38 reais, ampliando a alta em dezembro para mais de 15%, favorecida ainda pelo cenário de juros menores no país.
Azul (AZUL4) subiu 2,26%, a 16,27 reais, enquanto GOL PN caiu 0,79%, a 8,76 reais, tendo também de pano de fundo acordo das empresas com o governo para reduzir preços de passagens.
Vale (VALE3) terminou com elevação de 0,70%, a 74,73 reais, mesmo com a fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com queda de 0,11%, a 923 iuanes (129,15 dólares) a tonelada.
Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com variação positiva de 0,06%, a 32,91 reais, e Bradesco (BBDC4) fechou estável, a 17,55 reais.
Embraer (EMBR3) perdeu 2,74%, a 22,74 reais, no quarto pregão seguido de queda, refletindo ajustes, após acumular até a última quarta-feira uma valorização de mais de 13% em dezembro, considerando os dados de fechamento das ações.
Gerdau (GGBR4) recuou 2,46%, a 22,96 reais, tendo no radar relatório de analistas do Itaú BBA cortando a recomendação dos papéis para “market perform” e reduzindo o preço-alvo para o final do próximo ano de 30 para 26 reais, no qual citaram uma deterioração mais rápida e acentuada do que previam dos resultados operacionais do grupo siderúrgico.
GPA (PCAR3) caiu 2,70%, a 3,96 reais, em meio a ajustes, após um mês repleto de notícias envolvendo o varejista, incluindo previsões de margem Ebitda, planos de oferta de ações, proposta de mudança do conselho de administração e revisão da projeção de abertura de lojas no próximo ano.
Até a véspera, os papéis acumulavam elevação de 21,5% em dezembro.
Americanas (AMER3) recuou 5,26%, a 0,90 real, com a assembleia de credores para votar o plano de recuperação judicial da varejista ainda em andamento quando o pregão fechou.