A atividade econômica brasileira decepcionou e iniciou o quarto trimestre com leve recuo em outubro, ressaltando a perspectiva de um final de ano fraco depois de mostrar resiliência no terceiro trimestre, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) recuou 0,06% em outubro na comparação com o mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado do mês ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,10% e marcou a terceira vez seguida no vermelho.
Em agosto o índice recuou 0,7%, e mostrou queda de 0,05% em setembro, de acordo com os dados do BC.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 1,54%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,19%, de acordo com números observados.
O IBGE divulgou neste mês que o PIB brasileiro teve expansão de 0,1% no terceiro trimestre, permanecendo em território positivo e contrariando expectativas de retração, uma vez que a resiliência de serviços compensou a pressão do setor agrícola e a queda dos investimentos.
No entanto, especialistas alertam que a tendência é que a economia feche este ano e abra 2024 flertando com a estagnação, ainda sob os efeitos defasados dos juros altos e da dissipação do choque positivo da agricultura, que foi limitado ao primeiro trimestre e início do segundo.
Depois de levar a taxa básica de juros a 13,75%, o BC começou a cortá-la apenas em agosto e a Selic está atualmente em 11,75%.
Em outubro, somente a produção industrial apresentou resultado positivo, com crescimento de apenas 0,1% em relação a setembro. As vendas varejistas caíram 0,3%, enquanto o volume de serviços recuou 0,6%.
A última pesquisa Focus realizada pelo BC com especialistas mostra que o mercado vê expansão do PIB este ano de 2,92%, caindo a 1,51% em 2024.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.