O Brasil anda mesmo em baixa no cenário internacional, depois de contas públicas em deterioração, muita contabilidade criativa e inação do governo.
Começamos 2014 com dados ainda em deterioração, como o déficit da balança comercial nas três primeiras semanas de janeiro de US$ 2,0 bilhões e renitente inflação, além da fraca criação de empregos em 2013, a pior dos últimos 10 anos.
Com isso acirraram as possibilidades do país ser rebaixado pelas agências na classificação de risco e, com isso, menor atratividade para investimentos e encarecimento no custo de captação internacional.
E não é só por aí. Recentemente o Banco Mundial teceu considerações sobre nossa economia. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) disse que só perdemos para a Argentina na América Latina em carga tributária e o FMI divulgou projeções sobre a economia global.
Nessas projeções realizadas pelo FMI, houve melhora das expectativas de crescimento global em 2014 para 3,7% (de 3,6%), com melhor desempenho dos países desenvolvidos e emergentes, com crescimento de respectivamente 2,2% e 5,1%, mas com piora das expectativas para o Brasil.
Para o Brasil, o FMI reduziu sua projeção de crescimento em 2014 para 2,8%, de anterior em +3,2%. Com isso, cresceremos bem menos que a média global, menos ainda na comparação dos emergentes; sendo ainda um dos raros em que a estimativa piorou.
Acrescente-se que foi diagnosticado que o gargalo está no baixo investimento público e na necessidade de investimentos em infraestrutura. Assim, o Brasil deve seguir crescendo abaixo do seu potencial e, novamente, retira atratividade já que países com menor nível de risco irão crescer mais que nós.
Parece claro que temos que virar esse jogo desfavorável nos próximos meses. Tudo isso fica mais complicado pelas eleições majoritárias do final do ano de 2014 e necessidades de mudanças nas políticas públicas, especialmente na contenção de gastos de custeio.
Como se isso não bastasse, a credibilidade do país anda também em baixa. Assim, antes de tudo é absolutamente essencial que o governo promova um choque de credibilidade, destinado a atrair novamente os investidores estrangeiros.
Mesmo que isso seja feito com compromissos firmes de cumprimento de rígidas metas, a resposta de investidores ainda demoraria, até que houvesse consenso de que “dessa vez” seria para valer. Alguns meses teriam que passar para comprovação das reais intenções do governo Dilma, e sem maquiagem.
Ora, é preciso então que esse choque de credibilidade seja célere. Que tal então usar o WEF (Fórum de Davos) para anunciar esse compromisso brasileiro? Por lá ou ligados nos painéis estarão todos os investidores que interessam ao Brasil.
Seria, então, ótima tribuna para firmar esse compromisso, até porque toda a equipe econômica brasileira estará por lá para prestar informações. Só não podemos ser reticentes e repetir os discursos que nos levaram a esse descaminho.
Como se pode depreender desse texto estamos diante de mudanças necessárias. Assim tome muito cuidado com seus investimentos, principalmente com atuações de curto prazo.
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Foto “Flag of Brazil”, Shutterstock.