O Ibovespa (IBOV) encerrou em queda de cerca de 1% o primeiro pregão do ano, com ajustes endossados por um ambiente externo desfavorável, em meio a ponderações relacionadas aos juros dos Estados Unidos, enquanto Petrobras (PETR4) fechou em alta, resistindo à piora dos preços do petróleo no exterior.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,11%, a 132.696,63 pontos, tendo oscilado entre a mínima de 132.094,61 pontos e a máxima de 134.194,94 pontos durante a sessão. O volume financeiro somou 19,7 bilhões de reais.
A queda nesta sessão ocorre após o Ibovespa acumular em 2023 avanço de mais de 22%, seu melhor desempenho anual desde 2019.
No exterior, os índices S&P 500 e Nasdaq encerraram o primeiro pregão de 2024 em baixa, com destaque para a queda de 1,63% do Nasdaq, o que acabou pesando no pregão brasileiro, assim com a alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, com Treasury de 10 anos marcando 3,9406% no final da sessão.
“O Brasil está sendo muito influenciado pelo movimento internacional”, afirmou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital, classificando o declínio nos EUA como um “correção natural”, uma vez que as bolsas norte-americanas vêm de nove semanas consecutivas de alta.
Tal ajuste encontrou respaldo em uma mudança na precificação do corte de juros pelo Federal Reserve estimado para este ano, com a redução passando a 1,50 ponto percentual ante mais de 1,60 ponto na semana passada.
No caso da bolsa paulista, análise gráfica da equipe da BB Investmentos afirmou que, ainda que os sinais de exaustão estejam presentes, o Ibovespa dá mais sinais de que continuará sua tendência de alta esta semana, com objetivo intermediário na faixa dos 135 mil pontos.
“Sazonalmente, a liquidez do mercado tende a continuar limitada até o final da primeira quinzena de janeiro, período no qual podemos visualizar oscilações mais modestas…, abrindo espaço para mais sinais de indefinição”, acrescentou em relatório a clientes.
Destaques
Petrobras (PETR4) subiu 1,45%, a 37,78 reais e Petrobras (PETR3) avançou 0,97%, a 39,36 reais, mesmo com a piora nos preços do petróleo em meio a preocupações com juros e um apaziguamento dos temores de que tensões no Mar Vermelho possam travar o fornecimento. Após avançar cerca de 2 dólares mais cedo, o Brent fechou com um declínio de 1,15 dólar, ou 1,49%.
A Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, também informou nesta terça-feira que encerrou 2023 com mais de 500 milhões de reais em contratos de novos negócios, majoritariamente com empresas de fora do Sistema Petrobras.
JBS (JBSS3) avançou 1,04%, a 25,17 reais, se afastando das demais concorrentes Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3), cujos papéis recuaram na sessão.
Vale (VALE3) caiu 0,19%, a 77,05 reais, apesar do avanço do minério de ferro na China.
No setor, CSN Mineração (CMIN3) subiu 1,64%, a 7,89 reais.
Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,28%, a 33,52 reais, maior peso negativo para o índice. Ainda em bancos, Bradesco (BBDC4) caiu 1,99%, a 16,75 reais.
A Fitch Ratings apontou nesta terça-feira perspectiva neutra para o setor bancário brasileiro em 2024, citando progresso na redução de exposições a ativos de risco em contrapartida à quantidade maior de créditos em atraso.
B3 (B3SA3) caiu 1,99%, a 14,17 reais, também entre as principais contribuições negativas para o índice da bolsa paulista. Analistas do Citi chamaram a atenção para dados de volumes do mercado de ações à vista da B3 em dezembro, apontando uma atividade fraca, mesmo considerando uma desaceleração esperada para o período por fatores sazonais.
Eletrobras (ELET3) caiu 1,63%, a 41,74 reais. A elétrica disse nesta terça-feira que está adotando todas as medidas cabíveis para a preservação de seus interesses após suspensão de assembleia geral extraordinária convocada para 29 de dezembro, para decidir sobre a incorporação de Furnas pela companhia.
Cielo (CIEL3) caiu 2,02%, a 4,54 reais. A empresa informou nesta terça-feira que assinou contratos com seus acionistas controladores Bradesco e Banco do Brasil referentes à prestação de serviços, que podem destravar a penetração em clientes de varejo e pequenas e médias empresas. Pela manhã, os papéis chegaram a subir mais de 2%.
Isa Cteep (TPRL4) caiu 1,13%, a 26,20 reais, em dia marcado pela sua estreia na carteira do Ibovespa, que entrou em vigor hoje e vai até 3 de maio.
Sequoia Logistica (SEQL3) que não faz parte do Ibovespa, disparou 107,89%, a 0,79 real, após anunciar acordo preliminar com acionistas do Grupo MOBE (MBLY3) para uma fusão das empresas.
O movimento ocorre após um recente acordo fechado pela Sequoia com credores para reestruturar sua dívida.