Ao montar ou reavaliar uma carteira de investimentos, a idade do investidor é uma variável muito relevante. Assim, no meu artigo anterior no Dinheirama aconselhei os mais jovens sobre como investir seus recursos (clique para ler). No texto de hoje, o objetivo é orientar os investidores com idade entre 35 e 50 anos.
Nesta faixa etária, os gastos costumam ser mais altos: constituição da família, a chegada e a educação dos filhos são acontecimentos comuns. É uma fase em que a carreira exige muita dedicação, assim sendo, a preocupação com dinheiro às vezes chega a tirar o sono da turma desta idade.
E para que isso não aconteça, é necessário manter a disciplina de investir regularmente e ter sempre uma reserva para emergências em produtos de alta liquidez, mas também aplicar em ativos de mais risco para maximizar a valorização do patrimônio.
O investimento depende do objetivo
Planos de curto prazo, como comprar um imóvel, trocar de carro ou ter filhos, pedem uma carteira de investimentos com uma alocação mais conservadora, enquanto outros de médio prazo, como a compra de uma casa de praia ou campo, uma especialização ou uma viagem, permitem uma alocação um pouco mais arrojada.
Contudo, na hora de montar uma carteira, o investidor, mesmo com necessidades de curto e médio prazo, não pode se esquecer da aposentadoria.
Pesquisa realizada pelo HSBC no ano passado apontou que apenas 1% dos brasileiros consegue manter o padrão de vida após se aposentar. Isso ocorre por uma má preparação durante o tempo em que temos vida economicamente ativa. A falta de planejamento financeiro e o desejo impulsivo de consumir explicam este resultado.
A aposentadoria precisa ser planejada
No caso dos investidores entre 35 e 50 anos, a aposentadoria não está mais tão distante como na fase anterior, porém o investidor pode se beneficiar do tempo que tem pela frente e aplicar em produtos que são mais rentáveis no longo prazo.
Desta forma, minha recomendação é que invista os recursos direcionados à aposentadoria em bons fundos de ações. O mercado de ações, apesar de colocar medo em alguns por conta da sua oscilação e possibilidade de perdas no curto prazo, é a maneira mais eficiente de acumular recursos no longo prazo.
O perfil do investidor e a aversão ao risco
Além da idade e os objetivos do investidor, a carteira ideal deve considerar o perfil do investidor. É muito comum ver pessoas insatisfeitas com o resultado de seus investimentos porque aplicaram em produtos com classificação de risco inadequada ao seu perfil.
Em bons momentos do mercado, todos investidores aceitam correr risco, mas quando a maré muda, reavaliações de perfil são comuns.
Investidor conservador
Portanto, o investidor conservador desta faixa etária deve manter a maior parcela de seus recursos aplicados em produtos de renda fixa, como fundos DI (opção melhor que a Poupança), fundos de renda fixa e títulos públicos ou privados como as Letras de Crédito (LCI ou LCA).
De todo modo, não devem deixar de aplicar pelo menos 10% dos recursos em produtos de renda variável, preferencialmente fundos de ações selecionados de gestores independentes.
Investidor moderado
Aos investidores moderados, sugiro que mantenham aplicações em renda fixa e renda variável, e adicionem à carteira uma parcela maior de fundos multimercados selecionados. Estes fundos investem em diversos ativos e utilizam estratégias sofisticadas com o objetivo de entregar rentabilidades superiores à da renda fixa no médio e longo prazo.
Investidor agressivo
Para os investidores com perfil mais agressivo, aqueles que aceitam variações de curto prazo para obter altos retornos no longo prazo, minha sugestão é que invistam a maior parte de seus recursos em fundos de ações de gestores independentes, especialistas em operar no mercado acionário.
Conclusão
Concluindo, independentemente do seu perfil, o importante nesta idade é não deixar de fazer novos aportes com frequência. Além disso, reavalie sua carteira de tempos em tempos, pelo menos uma vez por ano.
Obrigado pela companhia. Se você tem alguma dúvida, entre em contato comigo através do canal “Fale com a Sandra” clicando aqui. Até a próxima.
Foto Shutterstock. stock exchange graph