Finclass Vitalício Topo Desktop
Home Economia IPCA sobe mais que o esperado, mas termina 2023 abaixo do teto da meta

IPCA sobe mais que o esperado, mas termina 2023 abaixo do teto da meta

Somente em dezembro o IPCA subiu 0,56%, acelerando ante o ritmo de 0,28% em novembro e também acima da taxa de 0,48% esperada em pesquisa da Reuters

por Reuters
3 min leitura
IPC-Fipe

A inflação ao consumidor brasileiro encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62% e voltou a ficar abaixo do teto da meta depois de dois anos seguidos de estouro do objetivo, contrariando as expectativas do início do ano passado, mas apontando pressão em dezembro.

Finclass Vitalício Quadrado

O avanço acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos 12 meses até dezembro de 2023, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou assim dentro do limite da faixa determinada como meta para o ano passado, de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O resultado foi mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters de um avanço de 4,54% nessa base de comparação, mas ainda ficou aquém do que se esperava no início de 2023 –a primeira pesquisa Focus divulgada naquele ano apontava que a expectativa do mercado era de que a inflação terminaria em 5,36%.

A alta do IPCA em dezembro também superou as expectativas ao acelerar a 0,56%, de 0,28% em novembro. A taxa esperada em pesquisa da Reuters era de 0,48%.

Ainda assim o avanço acumulado em 2023 ficou abaixo das taxas de 5,79% e 10,06% registradas respectivamente em 2022 e 2021, quando o avanço do IPCA ficou acima do limite máximo do objetivo e obrigou o Banco Central a divulgar cartas explicando os motivos.

Depois de levar a taxa básica de juros ao recorde de 13,75%, o BC embarcou a partir de agosto em um ciclo de afrouxamento monetário que reduziu a Selic ao atual patamar de 11,75%. A autoridade monetária volta a se reunir em 30 e 31 de janeiro, e o mercado prevê que a Selic terminará este ano a 9,0%, segundo a pesquisa Focus mais recente.

Finclass Vitalício Quadrado

Para 2024, o centro da meta para a inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional cai a 3,0%, também com margem de 1,5 ponto percentual, com especialistas calculando que o IPCA fechará o ano com avanço de 3,9%.

Transportes e alimentos

Em 2023, o maior impacto foi exercido pelo grupo Transportes, cujos custos tiveram alta acumulada de 7,14%, depois de um recuo de 1,29% no ano anterior.

Somente a gasolina subiu 12,09% no ano passado, dando a maior contribuição individual para o resultado geral, sob o impacto da reoneração dos tributos federais e de alterações nas cobranças do ICMS.

Já o grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano, desacelerando com força de uma alta de 11,64% em 2022.

O resultado, segundo o IBGE, deve-se à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com deflação do óleo de soja (-28,00%), do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%).

“O grupo de produtos alimentícios ficou abaixo do resultado geral e ajudou a segurar o índice de 2023. A queda na alimentação no domicílio reflete as safras boas e a redução nos preços das principais commodities no mercado internacional, como a soja e o milho”, disse André Almeida, gerente do IPCA, destacando que a variação desse grupo no ano foi a mais baixa desde 2017.

Mas foram exatamente os alimentos que pesaram no bolso do consumidor em dezembro ao acelerarem a alta a 1,11%, de 0,63% em novembro.

Com o aumento nos preços da batata-inglesa (19,09%), do feijão-carioca (13,79%), do arroz (5,81%) e das frutas (3,37%), a alimentação no domicílio subiu 1,34%, de acordo com o IBGE.

“É um período sazonalmente de preços mais altos de alimentos, e foi um período de chuvas em partes do país e seca em outras, afetando a oferta”, explicou o gerente do IPCA.

No grupo dos transportes, que teve avanço de 0,48% no mês, as passagens aéreas tiveram alta de 8,87%, representando o maior impacto individual sobre a inflação de dezembro. Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados tiveram deflação — óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%), –levando o grupo a registrar recuo de 0,50% no mês.

A inflação de serviços, que o BC segue acompanhando de perto diante de um mercado de trabalho aquecido, desacelerou a 0,60% em dezembro, de 0,70% em novembro, devido às passagens aéreas e alimentos fora de casa, por conta do período de férias, segundo Almeida. Mas os serviços terminaram o ano com alta acumulada de 6,22%, abaixo dos 7,58% de 2022.

No último mês do ano passado, o índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, subiu a 65%, de 52% em novembro.

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.

© 2024 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.