Home Comprar ou Vender Por que a OSX, de Eike Batista, disparou 60% após a 2ª recuperação judicial?

Por que a OSX, de Eike Batista, disparou 60% após a 2ª recuperação judicial?

A OSX apontou uma expectativa de expansão projetada para os próximos anos, "considerado o enorme potencial de negócios da região"

por Gustavo Kahil
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E meio à divulgação do novo pedido de recuperação judicial da OSX Brasil (OSXB3), empresa de estaleiros do empresário Eike Batista, as ações do grupo operam em alta de aproximadamente 60% em 2024. A companhia enfrenta uma montanha de dívidas, totalizando R$ 7,9 bilhões, segundo informações divulgadas recentemente.

Em 2013, a OSX já havia passado por um processo de recuperação judicial, quando acumulava dívidas de R$ 4,5 bilhões. Esse processo foi concluído sete anos depois, após um acordo com os credores.

A decisão de ingressar com o novo pedido de recuperação judicial veio após o término do prazo de 60 dias que a empresa havia obtido para a suspensão de cobranças de obrigações junto à Prumo, controladora do Porto do Açu. A OSX enfrentou uma cobrança de R$ 403 milhões da Prumo em outubro do ano passado, o que a levou a buscar medidas para evitar agravar sua situação financeira.

Desempenho das ações da OSX em 1 mês

Segundo dados da última publicação de resultados, em 30 de setembro, a empresa possuía R$ 336 milhões em caixa. O prejuízo no período foi de R$ 206 milhões.

A OSX explica que, após a conclusão da última recuperação judicial, passou a enfrentar empecilhos criados pela própria gestora Porto do Açu, alegando a prática por esta de atos que contribuíram para o cenário de asfixia financeira do Grupo OSX.

Perspectivas

Em seu pedido de recuperação judicial, a OSX aponta que conseguiu uma transformação no cenário de receitas da empresa, propiciando aumento de 500% no número de contratos celebrados, após o processo de reestruturação interna, comparando-se ao período em que a PdA capitaneava a gestão do espaço ocupado pela OSX, projetando-se que até 2028 haja ocupação de 49%.

“A área do Grupo OSX, no Porto do Açu, será expandida para abrigar novos contratos e aumentar a infraestrutura local, pois a parcela ocupada pelo único contrato celebrado durante a gestão da PdA, em 2021, afigura-se inexpressiva, levando-se em consideração o potencial do que a OSX tem disponível para locação”, ressalta a empresa.

Assim, a companhia avalia que o cenário apresentou melhoras e crescimento, demonstrando a viabilidade das iniciativas empreendidas, “bem como da expectativa de expansão projetada para os próximos anos, considerado o enorme potencial de
negócios da região e o significativo participação no mercado do Grupo OSX, aliado à operação de uma estrutura altamente capacitada e referenciada”.

Veja a decisão da Justiça

Problemas específicos

Giulia Panhóca, especialista em Direito Empresarial do escritório Ambiel Advogados, pondera que o setor de estaleiros não deve sofrer com o processo da OSX.

“Os motivos que levaram a OSX a pedir recuperação judicial não têm fundamento puramente econômico, foram condições específicas da empresa e gestão do grupo”, aponta.

Segundo ela, o setor de construção naval brasileiro é muito mais dependente da Petrobras (PETR3; PETR4) e do mercado de óleo e gás na totalidade, e de uma forma geral foi muito afetado quer pela retração do mercado de petróleo, quer pelos efeitos da Lava Jato, e não conseguiu retomar plenamente o seu nível de atuação anterior ao do início da crise”, opina.

O modelo de negócios da OSX Açu é sustentado pelo aluguel e desenvolvimento de projetos em lotes de áreas no seu complexo, ofertando espaços licenciados com infraestrutura básica de implantação como energia, água, esgoto, acessos viários, segurança, escritórios e facilidades.

Área do Porto do Açu, localização da OSX Brasil

Fonte: Prumo

Marcelo Godke, sócio do escritório Godke Advogados, alerta para a delicada situação da OSX, ressaltando que a verdadeira recuperação econômica de uma empresa pode levar muitos anos. Ele destaca a importância de a empresa ser capaz de se sustentar financeiramente e andar com suas próprias pernas.

Por outro lado, Filipe Denki, sócio do escritório Lara Martins Advogados, acredita que a reação do mercado será diferente, desta vez diante de mais um pedido de recuperação judicial da OSX. Ele argumenta que o mercado já está mais preparado para esse cenário, considerando o histórico recente da empresa e a falta de resultados positivos desde o encerramento do primeiro processo de recuperação.

Histórico

A OSX Brasil foi fundada em 2007, na era do pré-sal, para explorar e pulverizar atividades de construção naval. Em 2009 começou seu processo de estruturação societária, que a fez assumir o papel de holding de seus segmentos de negócio, na indústria de óleo e gás (construção, leasing e operação). Em 2010, realizou um IPO na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), captando recursos para financiar seus projetos e investimentos, totalizando a captação de R$ 2,5 bilhões.

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