A inflação está desacelerando, mas não rápido o suficiente para permitir que o banco central dos Estados Unidos faça sua primeira redução dos juros até março, com operadores apostando nesta sexta-feira que maio é o pontapé inicial mais provável para uma rodada de cortes na taxa básica do Federal Reserve este ano.
Um relatório do Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta-feira mostrou que a inflação, segundo a medida preferencial do Fed, aumentou 2,6% em dezembro em relação ao ano anterior. O banco central tem o nível de 2% como meta por essa medida, o índice PCE.
O núcleo da inflação, que exclui os preços dos alimentos e da energia e que o Fed considera como um bom indicador da direção das pressões sobre os preços, ficou abaixo de 2% em uma base trimestral e semestral, segundo os dados.
Após o relatório, os contratos futuros que se ajustam à taxa básica do Fed refletiram cerca de 48% de chance de um corte nos custos de empréstimos na reunião do Fed de 19 e 20 de março e 90% de chance de um corte na taxa na reunião de 30 de abril a 1º de maio.
O Fed não ajustou sua taxa básica desde julho do ano passado, quando a elevou em 0,25 ponto percentual, para 5,25 a 5,5%, mas sinalizou que ainda não estava convencido de que a política monetária estava suficientemente restritiva para vencer a inflação.
Desde então, a inflação caiu mais rapidamente do que as autoridades do Fed esperavam. É provável que eles precisem de mais dados para se sentirem confiantes de que podem flexibilizar a política monetária, disse Subadra Rajappa, chefe de estratégia de juros dos EUA do Société Générale.
“A tendência desinflacionária continua”, disse ela. No entanto, os gastos dos consumidores e o mercado de trabalho continuam fortes, o que indica que “o Fed deve manter os juros inalterados por mais tempo”