O Ibovespa (IBOV) firmava-se em queda nesta sexta-feira, após dados fortes do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que enfraqueceram ainda mais apostas de um corte nos juros norte-americanos ainda no primeiro trimestre.
Às 11h18, o Ibovespa caía 0,92%, a 127.299,70 pontos. Na máxima, mais cedo, chegou a 128.878,43 pontos. O volume financeiro no pregão somava cerca de 4 bilhões de reais.
De acordo com os dados do Departamento do Trabalho dos EUA, foram criadas 353 mil vagas de emprego no país em janeiro, bem acima das expectativas que apontavam 180 mil. A taxa de desemprego ficou em 3,7% ante previsão de 3,8%.
O rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano renovou máximas após a divulgação dos números, marcando 4,0085% há pouco, de 3,863% na véspera. Os futuros acionários em Wall Street também pioraram.
A diretora de pesquisa da Global X ETFs, Morgane Delledonne, disse que os dados reforçam a visão do Federal Reserve de adiar as discussões para os primeiros cortes nas taxas.
Na última quarta-feira, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, já havia esfriado as apostas para um corte mais cedo, afirmando que não achava provável uma redução em março, mesmo observando uma melhora na inflação.
A análise técnica do Itaú BBA avalia que o Ibovespa precisa superar os 129.400/558 pontos para engatar uma recuperação mais consistente que poderá levar o índice aos níveis de 132.000 e a máxima de dezembro, em 134.400 pontos.
“Do lado da baixa, a região de 126.400 pontos continua como sinal de alerta para o investidor”, afirmou em nota a clientes.
Destaques
Vale (VALE3) caía 1,11%, a 66,70 reais, engatando a quinta queda seguida, pressionada nesta sessão por nova queda nos contratos futuros do minério de ferro.
O vencimento mais negociado na Dalian Commodity Exchange, na China, encerrou as negociações do dia com recuo de 2,23%, conforme persistem as preocupações com a recuperação do setor imobiliário chinês. Os papéis da mineradora chegaram a 66,58 reais no pior momento, logo após a divulgação dos dados de emprego nos EUA.
Petrobras (PETR4) tinha variação positiva de 0,19%, a 41,65 reais, buscando manter o viés positivo que predominou na semana a ação fechou em queda apenas na terça-feira — e assegurou novas máximas histórica para o papel. No exterior, porém, os preços do petróleo recuavam, com o barril de Brent mostrando variação negativa de 0,61%. No setor, PetroReconcavo (RECV3) caía 2,56%, Prio (PRIO3) perdia 2,97% e 3R Petroleum (RRRP3) cedia 0,6%.
Cogna (COGN3) recuava 8,68%, a 2,63 reais. Relatório de analistas do BTG Pactual cortou recomendação das ações para “venda” e reduziu o preço-alvo de 3,4 para 2,6 reais, citando um “valuation esticado” e dinâmica fraca de resultados entre as razões. Ao mesmo tempo, os analistas elevaram a recomendação de Yduqs para “compra” e o preço-alvo de 26 para 28 reais, enxergando um bom ponto de entrada nos papéis, apoiado em uma dinâmica sólida para os resultados e exposição a nichos mais resilientes, entre outros fatores. Yduqs (YDUQ3) avançava 0,47%, a 19,22 reais.
Azul (AZUL4) subia 3,02%, a 13,65 reais, apoiada por relatório do BTG Pactual que elevou a recomendação dos papéis para “compra”, bem como o preço-alvo de 20 para 33 reais, citando entre os argumentos uma estrutura de capital mais forte e menor competição no mercado doméstico após a Gol pedir recuperação judicial nos EUA. Em paralelo, os analistas do BTG cortaram a recomendação de Gol para “venda”, reduzindo o preço-alvo de 10 para 1 real, citando a decisão da companhia de pedir recuperação judicial nos EUA e o financiamento de 950 milhões de dólares na modalidade “debtor in possession” (DIP). Gol (GOLL4) caía 1,12%, a 2,65 reais.
Gerdau (GGBR4) valorizava-se 1,67%, a 21,32 reais, após relatório do Goldman Sachs elevar recomendação das ações para “compra” e o preço-alvo de 25 para 26 reais. Os analistas enxergaram níveis de ‘valuation’ atrativos, enquanto avaliam que a confiança de investidores e a dinâmica dos resultados está quase no piso.
No setor, CSN (CSNA3) cedia 2,39% e Usiminas (USIM5) apurava decréscimo de 1,19%.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedia 1,22%, a 32,29 reais, e Bradesco (BBDC4) caía 1,14%, a 15,13 reais, contaminados pela piora no mercado. A próxima semana reserva uma bateria de resultados do setor. BTG Pactual abre a agenda antes da abertura na segunda-feira, enquanto Itaú divulga no mesmo dia, mas após o fechamento. Bradesco reporta na quarta-feira cedo e Banco do Brasil apresenta seu desempenho no final da quinta-feira. Banco do Brasil (BBAS3) tinha queda de 0,62% e BTG Pactual (BPAC11) mostrava decréscimo de 0,87%.