O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de volta para consultas o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, disse à Reuters uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, horas depois de o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarar Lula persona non grata no país.
Katz convocou Meyer para uma reprimenda no Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, e anunciou que Lula não é bem-vindo em Israel até que se retrate de comentários que fez comparando a guerra realizada por Israel em Gaza ao Holocausto promovido por Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.
Na ocasião, o chanceler israelense disse que as declarações de Lula foram antissemitas.
A informação sobre a chamada de volta do embaixador para consultas foi inicialmente divulgada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, e pouco depois confirmada à Reuters por uma fonte com conhecimento do assunto, que pediu para não ter o nome revelado.
Israel iniciou uma ampla ofensiva por terra e ar contra Gaza após um ataque em 7 de outubro do ano passado em que integrantes do grupo militante islâmico palestino Hamas mataram 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e sequestraram 253 pessoas em território israelense, segundo dados de autoridades de Israel.
Desde então, os ataques israelenses em Gaza devastaram o enclave palestino, matando mais de 29 mil pessoas, também em sua maioria civis, segundo autoridades palestinas, e forçando a maioria dos 2 milhões de habitantes de Gaza a deixarem suas casas.
O Holocausto promovido pelo nazistas na Segunda Guerra Mundial matou 6 milhões de judeus.
Antes da reprimenda ao embaixador brasileiro e ao anúncio de Lula como persona non grata em Israel, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a declaração de Lula buscava banalizar o Holocausto e cruzava uma “linha vermelha”.